Política
Moraes nega arquivamento a Dodge e mantém inquérito sobre ameaças
Para o ministro, procuradora se baseou em “premissas absolutamente equivocadas” e tentou “anular decisões judiciais do Supremo”


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, indeferiu o arquivamento do inquérito por ameaças à corte, contrariando recomendação da Procuradoria-Geral da República no início da tarde desta terça-feira 16.
Para o ministro, o pedido de Raquel Dodge “não encontra qualquer respaldo legal, além de ser intempestivo e, se baseando em premissas absolutamente equivocadas, pretender, inconstitucional e ilegalmente, anular decisões judiciais do Supremo”. Ele também prorrogou as investigações por 90 dias.
Dodge recomendou que o caso fosse arquivado de ofício, por considerar que o Ministério Público Federal é o titular exclusivo de ações penais. No pedido, ela também indicava a nulidade das ordens do próprio Alexandre de Moraes no caso.
Moraes considerou ainda que não se pode confundir processo penal com mecanismos investigatórios. “Na presente hipótese, não se configura constitucional e legalmente lícito o pedido genérico de arquivamento da Procuradoria-Geral da República, sob o argumento da titularidade da ação penal pública impedir qualquer investigação que não seja requisitada pelo Ministério Público”, completou o ministro.
Na sexta-feira 12, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a censura de uma reportagem da revista digital Crusoé que associava Toffoli a delações da Odebrecht. Nesta terça-feira, foram cumpridos mandados de busca e apressão na casa de sete envolvidos em supostas ameaças ao Supremo nas redes sociais.
O pedido foi feito por Toffoli no dia 14 março, segundo o ministro, para descobrir a autoria de denúncias falsas e ameaças contra o STF e seus ministros. À época, a Corte julgava se crimes envolvendo caixa 2 deveriam ou não ser julgados pela Justiça Eleitoral.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.