Moraes mantém a prisão de bolsonarista que ameaçou Lula e ministros do STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu manter a prisão preventiva de Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, preso desde julho de 2022 após ameaçar reiteradamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros da Corte.

No despacho, Moraes determinou ainda que a Polícia Federal conclua a investigação no prazo de 30 dias. O magistrado analisou um pedido da defesa de Rejane pela revogação da prisão. A Procuradoria-Geral da República defendeu relaxar a prisão.

Para o ministro, o bolsonarista deve continuar preso porque as investigações em curso indicamuma “organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas” por meio das redes sociais. O magistrado ainda citou os atos golpistas do 8 de janeiro para justificar a decisão.

“O contexto desta investigação, bem como o momento fático atravessado pelo país (manifestações antidemocráticas e criminosas reivindicando um golpe militar), recomendam a manutenção da restrição máxima da liberdade do investigado que, mesmo no dia de sua prisão, incitou publicamente a animosidade entre as Forças Armadas e os poderes constitucionais, notadamente o Poder Judiciário”, escreveu Moraes.

Ivan Rejane foi preso em 22 de julho de 2022, em Belo Horizonte (MG), após publicar vídeos em que defendia “caçar” o presidente Lula, ministros do STF e lideranças políticas, como os deputados federais Gleisi Hoffman (PT-RS) e Marcelo Freixo (PSB-RJ).

Ele integrava um grupo de Telegram intitulado “Caçadores de ratos do STF” e gravou um vídeo antes de ser preso em que dizia: “As tchutchucas do PT estão em desespero porque sabem que nós, da direita, vamos fazer o maior 7 de Setembro da história”.

O extremista de direita também proferiu ataques à Corte: “É o STF que rasga a Constituição, e eu tenho o direito de chamar todos esses caras de vagabundos e mentirosos”.