Justiça

Moraes exibe vídeo e faz apelo contra a anistia em julgamento da trama golpista

Advogados de defesa criticam o uso de recursos multimídia na análise da denúncia

Moraes exibe vídeo e faz apelo contra a anistia em julgamento da trama golpista
Moraes exibe vídeo e faz apelo contra a anistia em julgamento da trama golpista
Primeira Turma do STF julga denúncia sobre o núcleo 2 da PET 12.100 Foto: Antonio Augusto/STF
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes voltou a exibir nesta terça-feira 22, em julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra investigados no inquérito do golpe, vídeos que registram o quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de Janeiro de 2023.

Trata-se do mesmo procedimento adotado na sessão da Primeira Turma que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) réu pela trama golpista de 2022. Na ocasião, advogados de defesa criticaram a estratégia do ministro, sob a avaliação de que utilizar as gravações provocaria uma “descontextualização dos fatos”.

“Essas imagens são públicas. Nenhuma mostra nenhuma senhora com Bíblia na mão. Essas imagens são muito importantes para que as pessoas não se esqueçam da gravidade do que ocorreu em 8 de Janeiro”, afirmou Moraes, contestando a alegação bolsonarista de que o tribunal condenou majoritariamente idosos por envolvimento nos ataques.

No julgamento desta terça, que mirou o segundo núcleo do golpe, a Corte tornou réus os integrantes do núcleo 2 da conspiração, do qual fazem parte, entre outros, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, o general Mario Fernandes e o ex-assessor da Presidência Filipe Martins.

Moraes ainda aproveitou a sessão para criticar a articulação de parte do Congresso Nacional por uma anistia aos condenados do 8 de Janeiro. O PL, partido de Bolsonaro, tem pressionado o comando da Câmara dos Deputados a pautar um requerimento de urgência que acelera a tramitação do texto.

“Se o que ocorreu para o Brasil acontecesse na sua casa, se um grupo armado organizado ingressasse na sua casa, destruísse tudo, mas com a finalidade de fazer o seu vizinho mandar na sua casa, ou seja, de afastar você e sua família do comando da sua casa, com violência, destruição, bombas, você pediria anistia para essas pessoas? Se na minha casa eu não admitiria isso, por que vou admitir isso para o Brasil, para a República que elegeu democraticamente os seus membros?“, questionou o ministro.

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