Justiça
Moraes determina que Anderson Torres cumpra pena na ‘Papudinha’
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro terá 24 anos de prisão executados no batalhão militar do Complexo da Papuda
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres começará a cumprir, em regime fechado, a pena de 24 anos determinada pelo Supremo Tribunal Federal no processo da trama golpista. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta terça-feira 25 após o trânsito em julgado da ação penal.
Torres deverá ser detido no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, local conhecido como “Papudinha”, anexa ao Complexo Penitenciário da Papuda. A unidade, destinada a militares e autoridades com direito à sala de Estado-Maior, funciona como um núcleo de custódia separado das instalações para presos comuns e tem capacidade para cerca de 60 internos.
O prédio abriga celas coletivas no formato de alojamentos, com banheiro, quarto, sala, pequena cozinha e lavanderia.
Delegado da Polícia Federal, Torres estava afastado do cargo desde que assumiu funções políticas no governo Jair Bolsonaro (PL) e, posteriormente, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal — cargo que ocupava durante os atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023.
Também nesta terça-feira, o Exército prendeu os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio de Oliveira, ambos ex-ministros do governo Bolsonaro, que foram levados ao Comando Militar do Planalto para o início do cumprimento das penas de 21 e 19 anos, respectivamente. As detenções ocorreram após a fase final de recursos no STF, que manteve as condenações impostas por participação na tentativa de golpe de Estado.
O ex-presidente Bolsonaro, inclusive, também teve ciência do local onde ficará preso pelos próximos 27 anos e três meses: a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde já está preso preventivamente. A prisão preventiva, portanto, será convertida em definitiva.
Além dos quatro, também está preso o general Walter Braga Netto, detido desde dezembro na unidade do Exército no Rio de Janeiro, onde também deverá cumprir a condenação de 26 anos imposta pelo STF.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.



