Justiça

Moraes autoriza a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro e Michelle

O pedido foi apresentado pela PF na investigação sobre o desvio de presentes recebidos em viagens oficiais pelo governo do ex-capitão

Bolsonaro e Michelle, que luta - sem sucesso - para reverter a rejeição do ex-capitão entre as mulheres. Foto: Alan Santos/PR
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta quinta-feira 17 a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O pedido foi apresentado pela Polícia Federal na investigação sobre o desvio de presentes recebidos em viagens oficiais pelo governo do ex-capitão.

Também nesta quinta, o advogado Cezar Bitencourt, novo representante do tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que seu cliente entregou dinheiro em espécie a Jair Bolsonaro referente à venda de um Rolex recebido em uma viagem oficial.

“Mauro Cid vendeu o relógio a mando do Bolsonaro com certeza e entregou o dinheiro a ele”, disse o advogado ao jornal O Globo. “Os 35 mil que entraram na conta do pai dele (o general Mauro Cesar Lourena Cid) eram parte do pagamento que ele deu ao ex-presidente.”

Embora a operação deflagrada pela PF na última sexta-feira 11 não tenha Bolsonaro como um de seus alvos formais, ele está implicado em diversos trechos de um relatório enviado pela corporação ao Supremo.

A PF entende que a tentativa de vender itens recebidos em viagens oficiais está diretamente ligada ao uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens.

Após o desvio, sustentam os investigadores, houve um movimento de ocultação dos recursos provenientes da negociação. Segundo o documento, “os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República”.

O relatório também transcreve um áudio em que Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro, sugere a outro assessor que o ex-capitão seria o destinatário de 25 mil dólares em dinheiro vivo. “Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (…) E aí ele poderia levar”, disse o militar.

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