Justiça

Minuta golpista encontrada com Torres era ‘semelhante’ a mostrada por Bolsonaro, diz Freire Gomes

O ex-comandante do Exército e o ex-ministro ficaram frente a frente em uma acareação nesta terça-feira

Minuta golpista encontrada com Torres era ‘semelhante’ a mostrada por Bolsonaro, diz Freire Gomes
Minuta golpista encontrada com Torres era ‘semelhante’ a mostrada por Bolsonaro, diz Freire Gomes
O ex-comandante do Exército Freire Gomes e o ex-ministro Anderson Torres. Fotos: Romério Cunha/VPR e Evaristo Sá/AFP
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Durante a acareação com o ex-ministro Anderson Torres no Supremo Tribunal Federal realizada nesta terça-feira 24, o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, afirmou que a minuta golpista encontrada na casa de Torres era “semelhante” ao documento mostrado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em uma reunião em dezembro de 2022.

Gomes não apontou se os conteúdos seriam exatamente iguais, mas que seriam “semelhantes”. “A testemunha diz que a minuta apresentada no dia 7 teria o conteúdo semelhante à encontrada na residência do réu Anderson Torres”, registra a ata da reunião.

O ex-comandante do Exército afirmou, entretanto, que o ex-ministro da Justiça não participou de nenhuma reunião que discutiu uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Antes, o general tinha dito que “uma ou duas vezes” tiveram reuniões com a presença do ministro Anderson Torres.

Apesar disso, conforme o general, Torres e demais ministros realizaram outros encontros em que se debateram assuntos diversos, entre eles, a possibilidade de decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Na acareação desta terça, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, Torres negou que tenha dado “assessoria jurídica” ao então presidente Bolsonaro enquanto era ministro. Segundo ele, “nem em relação a esses temas que o senhor me perguntou, nem em relação a outros temas. Eu não fazia assessoramento jurídico do presidente da República”, disse.

Ele voltou a negar que tenha encomendado ou que saiba a origem da minuta golpista. “O documento era muito mal escrito, cheio de erro de português, de concordâncias, enfim, até o nome do tribunal que estava lá estava escrito errado. Então, não é da minha lavra, não sei quem fez, não sei quem mandou fazer, e nunca, nunca, discuti esse tipo de assunto”, afirmou.

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