Política

Ministro indicado por Alcolumbre se beneficiou do orçamento secreto

Juscelino Filho, que comanda a pasta das Comunicações, teria destinado R$ 50 milhões em emendas para cidade comandada pela irmã

Ministro indicado por Alcolumbre se beneficiou do orçamento secreto
Ministro indicado por Alcolumbre se beneficiou do orçamento secreto
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), admitiu que usou recursos do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que passa em frente à própria fazenda. A declaração foi dada ao jornal O Estado de S. Paulo. O titular da pasta foi indicado

A confirmação veio após o jornal rastrear o caminho dos recursos utilizados pelo titular da pasta, que foi indicado para o governo Lula (PT) pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil).

De acordo com a reportagem, o então deputado federal destinou 50 milhões de reais em emendas de relator. Destes, 16 milhões foram indicados para a cidade de Vitorino Freire (MA), comandada por sua irmã, Luanna Rezende. Boa parte do dinheiro, mostra o jornal, teria sido utilizada para asfaltar uma estrada que beneficia as fazendas da família.

A empresa vencedora da licitação tem acusações de ser comandada por um laranja. O dono real da companhia chegou a ser preso por pagamento de propinas em obras da região. O homem, que passou poucos dias na cadeia, é Eduardo José Barros da Costa, conhecido como Eduardo Imperador.

Juscelino Filho tem influência no Centrão e preencheu uma das vagas disponibilizadas por Lula na negociação de cargos que garantiu a aprovação da PEC da Transição e abriu caminho para formar a base no Congresso, que confere governabilidade ao governo. A sua ida ao cargo foi duramente criticada por especialistas.

Lula e seu entorno, durante o período eleitoral, condenaram fortemente o chamado orçamento secreto. A prática foi classificada como criminosa naquela ocasião. As emendas de relator foram extintas por decisão do Supremo Tribunal Federal. Os recursos separados para essa operação voltaram aos ministérios ou foram alocados em emendas individuais. Ainda não há posição dos envolvidos sobre o caso revelado nesta segunda-feira.

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