Política

Ministro da Justiça mandou investigar pesquisas eleitorais a pedido de Valdemar, diz site

A determinação de apuração da PF se deu com base em uma planilha da campanha de Bolsonaro e pode indicar novo uso da máquina pública em favor do ex-capitão

Antes, Neto ganhava um salário de R$ 28.758,30 como presidente do partido. Foto: Mateus Bonomi/Agif/AFP
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, mandou a Polícia Federal abrir investigação contra os institutos de pesquisas após receber um pedido de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o partido de Jair Bolsonaro. O caminho da ação foi revelado pelo site UOL nesta quinta-feira 15 e indica novo uso da máquina pública durante a campanha eleitoral pelo ex-capitão.

O pedido de abertura de investigação dos institutos feito por Torres alegava que um documento apontava provas de condutas que caracterizavam prática de crimes. A realidade, porém, é que o documento citado se tratava apenas de uma planilha simples feita por Valdemar que comparava o resultado das urnas com o resultado de algumas pesquisas.

A reunião dos dados feita pelo cacique do Centrão, é importante dizer, não traz nenhuma prova de que os institutos atuaram para prejudicar Bolsonaro, como insinuado pelo ministro na ocasião. Ainda assim, Torres, ao encaminhar o pedido diretamente para o alto comando da PF, chegou a dizer que a desconfiança sobre os institutos ‘não era de hoje’. Ele apontava, sem provas contundentes, ‘erros crassos e em série’ pelas empresas de pesquisas.

Outro item que reforça a parcialidade do pedido é o fato de que o presidente do PL, como mostram os documentos obtidos pelo site via Lei de Acesso à Informação, usou apenas os institutos que mostravam Lula na dianteira da corrida eleitoral contra Bolsonaro e poupou as empresas que traziam o ex-capitão na liderança. Há ainda outras comparações de pesquisas e resultados, mas apenas citando aliados do presidente como Tarcísio de Freitas, Hamilton Mourão e Marcos Pontes.

Não por acaso, os dados levantados por Valdemar e usados por Torres para pedir a investigação da PF foram considerados insuficientes pelo Tribunal Superior Eleitoral para dar continuidade na apuração. A Corte, via Alexandre de Moraes, apontou falta de justa causa e a ausência de competência da PF para conduzir o caso.

O pedido de investigação fez com que uma onda de bolsonaristas passassem a atacar os institutos de pesquisas, sem fundamentos, mas amparados pelo peso da solicitação. O tema deu ainda novo gás aos questionamentos ao sistema eleitoral feitos na época pelo ex-capitão e seu clã de aliados.

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