O ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, publicou na manhã desta terça-feira 31 uma ordem do dia em homenagem ao Golpe Militar de 1964, que instaurou a ditadura no Brasil. O regime, que matou mais de 400 pessoas, foi definido como um “marco para a democracia” na visão do general.
Na nota, o militar usa da narrativa que o Brasil estava na iminência de ameaças “totalitárias”, e depois usa de atributos como o “milagre econômico” do regime para justificar uma transformação do Brasil.
“Aquele foi um período em que o Brasil estava pronto para transformar em prosperidade o seu potencial de riquezas. Faltava a inspiração e um sentido de futuro. Esse caminho foi indicado. Os brasileiros escolheram. Entregaram-se à construção do seu País e passaram a aproveitar as oportunidades que eles mesmos criavam. O Brasil cresceu até alcançar a posição de oitava economia do mundo.”, diz o texto.
Além do fechamento do Congresso e das restrições às liberdades individuais, o regime deixou o Brasil com um saldo de crise econômica com inflação acima de 200% em 1985, por exemplo, o que levou a década da redemocratização a ser conhecida como “década perdida”.
Após uma série de exaltações ao regime, o ministro diz, em um trecho, que a Lei da Anistia foi como um pacto de pacificação que determinou que as instituições fossem “regeneradas e fortalecidas” – as mesmas que não existiam durante o período ditatorial. “O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira. Muito mais pelo que evitou.”, escreve o militar.
O ministro, no entanto, não foi o primeiro da cúpula do governo federal a homenagear a data nesta terça. Mais cedo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, publicou em suas redes sociais que, há 56 anos, “as Forças Armadas intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população.”.
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