Ministro da Defesa chama golpe militar de “marco para democracia”

A homenagem à data de início da ditadura no Brasil foi celebrada por Fernando Azevedo e Silva em uma publicação oficial do ministério

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Foto: Marcos Corrêa/PR

Apoie Siga-nos no

O ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, publicou na manhã desta terça-feira 31 uma ordem do dia em homenagem ao Golpe Militar de 1964, que instaurou a ditadura no Brasil. O regime, que matou mais de 400 pessoas, foi definido como um “marco para a democracia” na visão do general.

Na nota, o militar usa da narrativa que o Brasil estava na iminência de ameaças “totalitárias”, e depois usa de atributos como o “milagre econômico” do regime para justificar uma transformação do Brasil.

“Aquele foi um período em que o Brasil estava pronto para transformar em prosperidade o seu potencial de riquezas. Faltava a inspiração e um sentido de futuro. Esse caminho foi indicado. Os brasileiros escolheram. Entregaram-se à construção do seu País e passaram a aproveitar as oportunidades que eles mesmos criavam. O Brasil cresceu até alcançar a posição de oitava economia do mundo.”, diz o texto.

Além do fechamento do Congresso e das restrições às liberdades individuais, o regime deixou o Brasil com um saldo de crise econômica com inflação acima de 200% em 1985, por exemplo, o que levou a década da redemocratização a ser conhecida como “década perdida”.

Após uma série de exaltações ao regime, o ministro diz, em um trecho, que a Lei da Anistia foi como um pacto de pacificação que determinou que as instituições fossem “regeneradas e fortalecidas” – as mesmas que não existiam durante o período ditatorial. “O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira. Muito mais pelo que evitou.”, escreve o militar.


O ministro, no entanto, não foi o primeiro da cúpula do governo federal a homenagear a data nesta terça. Mais cedo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, publicou em suas redes sociais que, há 56 anos, “as Forças Armadas intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população.”.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.