Política

Ministério Público recorre da decisão que absolveu vereador após discurso racista em SP

Com microfone aberto, Camilo Cristófaro afirmou: ‘Não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?’

Vereador Camilo Cristófaro. Foto: André Bueno/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO
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O Ministério Público de São Paulo recorreu da decisão do Tribunal de Justiça que absolveu o vereador Camilo Cristófaro (Avante) da acusação de proferir declarações racistas durante uma sessão da Câmara Municipal da capital paulista.

Em uma audiência da CPI dos Aplicativos em 3 de maio de 2022, vazou um áudio no qual Cristófaro dizia: “Não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”.

O vereador foi absolvido pela Justiça de São Paulo em 13 de julho. Na decisão, o magistrado Fábio Aguiar Munhoz Soares afirmou que “era necessário que ficasse devidamente comprovada nos autos não somente sua fala, mas também a consciência e a vontade de discriminar, pois, não fosse assim, e bastaria que se recortassem falas de seus contextos para que possível fosse a condenação de quem quer que fosse”.

No recurso protocolado na quinta-feira 27, o MP-SP argumentou que “o chamado racismo recreativo tenta descaracterizar a real intenção do agente, que, sob o argumento de estar brincando, continua a promover, com seu discurso, a exclusão e a violência contra as minorias e continua a propagar a opressão racial”.

O promotor de Justiça Pedro Henrique Pavanelli Lima defende que as provas reunidas e as testemunhas ouvidas no processo evidenciam que Cristófaro cometeu um crime.

A acusação pede uma indenização por danos morais coletivos como forma de compensar o grupo vulnerável lesado pela atitude do réu.

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