Política

Ministério Público é ‘poder paralelo’ e tem que ser revisto, diz Doria

O comentário ocorre depois de o MP paulista ter instaurado um inquérito sobre o recolhimento de livros da rede pública de ensino

Foto: Governo do Estado de São Paulo
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O governador do Estado de São Paulo, João Doria, criticou a atuação do Ministério Público sobre o Executivo. Para o tucano, é preciso rever a atuação do órgão e retirar poderes dos promotores, aumentando a punição. “É um poder sobre o qual ninguém legisla. A decisão do promotor é plena. Tem promotor público que põe o dedo no nariz de prefeito, prefeito eleito democraticamente. Não se pode ter um poder paralelo”, criticou, sem fazer nenhuma menção direta a nenhum membro do MP.

O comentário ocorre depois de o MP paulista ter instaurado, na última sexta-feira 6, um inquérito sobre o recolhimento de livros da rede pública de ensino. Os procuradores do Geduc (Grupo de Atuação Especial de Educação) querem saber se houve improbidade administrativa no recolhimento de uma apostila do 8° ano que falava em identidade de gênero. Na terça-feira 3, Doria anunciou no Twitter que mandaria recolher a apostila imediatamente, segundo ele, por “apologia à ideologia de gênero”. O texto falava em identidade de gênero e diversidade sexual.

Discurso ambíguo

Convidado de destaque de um evento patrocinado por um banco em São Paulo, o governador foi evasivo em relação aos seus planos para 2022. Embora tenha evitado críticas abertas a Jair Bolsonaro, Doria voltou a sinalizar afastamento da pauta do governo. Condenou, sob forte aplauso da plateia, os comentários do presidente a respeito da primeira-dama francesa, Brigitte Macron, (“não se fala isso a nenhuma mulher, quanto mais a mulher de um presidente”) e sugeriu que Bolsonaro se concentrasse na ‘gestão’ pública. “Continuo crendo que vai fazer um bom governo”, declarou. O tucano criticou ainda a retomada da CPMF, ideia gestada pelo Ministério da Economia, e a ausência dos Estados e municípios no texto da reforma da Previdência que tramita no Congresso.

Colocando-se como alternativa ao que chamou de “extrema-esquerda” e “extrema-direita”, o tucano sugeriu o retorno a um ‘centro democrático’. Ao mesmo tempo, criticou a movimentação antecipada para as próximas eleições presidenciais (“não é hora”). Terminou o discurso pedindo que a plateia “jamais deixe de acreditar no Brasil”. E foi aplaudido com ainda mais entusiasmo.

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