Política

Ministério da Justiça cobra governo do Paraná e pede apuração de protesto em igreja

Jovens militantes protestaram por justiça pelos assassinatos de Moïse Kabagambe e Durval Teófilo Filho, ambos no estado do Rio de Janeiro

Foto: Reprodução
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O ministro da Justiça, Anderson Torres, enviou um ofício ao governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), em que pede apuração de uma manifestação em uma igreja de Curitiba no último sábado 5. Na ocasião, jovens militantes protestaram por justiça pelos assassinatos do jovem congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho, ambos no estado do Rio de Janeiro.

No documento, divulgado nesta quinta-feira 10 pela Folha de S.Paulo, Torres solicita “a devida apuração dos fatos pela autoridade de Polícia Judiciária do Estado” e coloca a pasta “à disposição para auxiliar no que for necessário para a elucidação do caso.”

Na última segunda-feira 7, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ter acionado o Ministério da Justiça e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para “acompanhar” o caso.

“Acreditando que tomarão o poder novamente, a esquerda volta a mostrar sua verdadeira face de ódio e desprezo às tradições do nosso povo”, escreveu o ex-capitão nas redes sociais. “Se esses marginais não respeitam a casa de Deus, um local sagrado, e ofendem a fé de milhões de cristãos, a quem irão respeitar?”

O vereador Renato Freitas (PT), presente na manifestação, criticou a divulgação de “vídeos sem contexto e informações falsas a respeito de ato contra o racismo, a xenofobia e pela valorização da vida”.

“Ressaltamos que não houve invasão à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, pois ela se encontrava aberta e a missa já havia terminado, COMO FACILMENTE SE CONSTATA NAS IMAGENS, já que o lugar estava vazio”, escreveu o vereador curitibano nas redes sociais.

Renato de Freitas acrescenta que o grupo entrou na igreja “como parte simbólica da manifestação, uma vez que foi construída em 1737, durante o regime de escravidão, por pessoas pretas e para pessoas pretas, a quem era negado o direito de entrar em outros lugares”.

Na segunda 5, a Comissão Executiva do PT do Paraná emitiu uma nota na qual afirma não ter participado “da organização nem da decisão de adentrar” a igreja.

“Há, por parte da imprensa tendenciosa, a manipulação de fatos para prejudicar o Partido dos Trabalhadores, pois os vídeos evidenciam que no momento em que os manifestantes estiveram no interior da paróquia, a missa já havia terminado e o templo estava vazio”, afirmou o PT.

A legenda ainda declarou ser “defensora histórico da liberdade religiosa – aliás, entre outras frentes de luta, o PT nasceu dentro das comunidades eclesiais de base e das lutas pastorais”.

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