Política
Ministério admite ter pago passagem à ‘dama do tráfico’, mas nega contato com a mulher
A pasta esclareceu que todos os que participaram do ‘Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura’ tiveram suas passagens pagas e que as indicações foram feitas pelos comitês estaduais
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania declarou , nesta quarta-feira 15, que há equívocos na afirmação de que a pasta pagou passagens e diárias à Luciene Barbosa Farias, esposa de um suposto líder do Comando Vermelho no Amazonas, para participação de um evento em Brasília, em novembro.
Em nota, a pasta esclareceu que todos os participantes do evento ‘Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura’, realizado nos dias 6 e 7 de novembro, tiveram suas passagens pagas. Luciene, conhecida como ‘A Dama do Tráfico’ participou da agenda.
“O pagamento de passagens e diárias foi feito a todos os participantes de um evento nacional, com orçamento próprio reservado ao CNPCT e cujos integrantes foram indicação exclusiva dos comitês estaduais”, informou a pasta. “Nem o ministro, nem a secretária nem qualquer pessoa do gabinete do ministro teve contato com a indicada ou mesmo interferiram na organização do evento”, acrescentou.
Antes de participar do encontro, Luciene esteve em duas reuniões no Ministério da Justiça no início do ano, segundo revelou o jornal O Estado de São Paulo.
Casada com Clemilson dos Santos Farias (conhecido como Tio Patinhas, líder do CV amazonense), ela foi à sede da pasta chefiada por Flávio Dino (PSB) como acompanhante de Janira Rocha, advogada e ex-deputada estadual pelo Rio de Janeiro.
A dupla foi recebida em março pelo secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, que assumiu publicamente a responsabilidade do encontro. No Palácio da Justiça, a “dama do tráfico” ainda se reuniu com Rafael Velasco, secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais, em maio.
Logo após a repercussão do caso, a pasta editou uma portaria para endurecer as regras de acesso à sede do Ministério. O caso também deu munição à oposição bolsonarista, dando tração às especulações de que Dino possui relações com facções criminosas. O ministro já afirmou que irá processar os autores das mentiras.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do ministro e disse que ele é alvo de ataques “absurdos artificialmente plantados”. Além disso, o petista escreveu em uma rede social que a narrativa da oposição se deve ao inconformismo com “a perda de dinheiro e dos espaços para suas atuações criminosas”.
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