O vice-presidente do diretório do PSB do Rio de Janeiro, deputado Carlos Minc, defendeu nesta sexta-feira 22 que o desempenho nas pesquisas eleitorais seja um dos critérios para se definir o nome que concorrerá a uma vaga no Senado na chapa que tem Lula (PT) como candidato a presidente e Marcelo Freixo (PSB) na disputa pelo governo do estado.
Nesta semana, o PSB homologou o nome do deputado federal Alessandro Molon para concorrer ao cargo. A decisão gerou forte impacto no PT, que acusa os pessebistas de descumprirem o acordo pelo qual André Ceciliano (PT) seria o postulante à Casa Alta.
Um dia depois da confirmação da chapa do PSB, o PT fluminense decidiu adiar a convenção estadual marcada para a próxima segunda-feira 25, a fim de que a Executiva Nacional da sigla delibere sobre o impasse. No estado, há lideranças petistas que defendem o fim da aliança.
Para Minc, em entrevista ao programa Direto da Redação no canal de CartaCapital no Youtube, os partidos devem adotar um protocolo para se chegar a um acordo.
“Primeiro, de não agressão e, segundo, ver quem tem melhores condições”, afirmou. De acordo com o parlamentar, no cenário atual, é improvável que Molon deixe a disputa.
Levantamento do instituto Ipec mostra o senador Romário (PL), que busca a reeleição, com 30% das intenções de voto. Na sequência, aparecem Marcelo Crivella (Republicanos), com 11%, Molon, com 9%, Clarissa Garotinho (União Brasil) e Daniel Silveira (PTB), com 6% cada, Ceciliano, com 4%, e Ivanir dos Santos (PDT), com 1%.
“Se a pesquisa mostrar que o Molon andou para trás e o André foi para a frente e se, com o apoio do Lula, for ele quem tem maior chance de derrotar o Romário, eu acredito que o Molon abriria mão. Mas não, ele [Molon] tem o dobro de intenção de votos”, reforçou Minc. “Nestas condições, eu não vejo a menor possibilidade [do Molon retirar a candidatura]”.
Diante do impasse, Ceciliano divulgou um vídeo em que Lula confirma o apoio a um único candidato ao cargo. “Eu estou dizendo para vocês porque vocês já sabem que o Freixo é governador, que nós temos muitos deputados, mas é importante eleger senador”, afirmou o ex-presidente. “E nós só temos um. O senador que nós temos no Rio de Janeiro é André Ceciliano, atual presidente da Assembleia Legislativa”, acrescentou.
Apesar de alguns membros do PT do Rio pressionarem pela ruptura com o PSB, Minc não vê chances de Lula deixar de apoiar Freixo. “Não há a menor possibilidade dele voltar atrás. Esqueçam isso”.
No estado, segundo o Ipec, há um empate técnico dentro da margem de erro entre Cláudio Castro (PL) e Freixo. O atual governador e candidato à reeleição marca 19% das intenções de voto, ante 13% do deputado federal. A diferença de Lula para Bolsonaro é de 7 pontos.
Assista a entrevista na íntegra:
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