Política

Mestre de capoeira é morto a facadas após declarar voto no PT

Moa do Katendê foi assassinado em Salvador após discussão sobre os resultados das eleições. Autor confesso do crime admitiu motivação política

Romualdo era músico, mestre de capoeira, compositor, artesão e ativista do movimento negro da Bahia
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O barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, autor confesso das 12 facadas que mataram Moa do Katendê, como era conhecido o mestre de capoeira e ativista cultural Romualdo Rosário da Costa, admitiu que uma discussão política foi a motivação do crime que ele cometeu na madrugada da segunda-feira 8 em Salvador.

De acordo com informações do jornal O Estado de S.Paulo, uma discussão entre Paulo Sérgio, que votou e defendeu o candidato do PSL Jair Bolsonaro à Presidência, e o dono do bar, apoiador de Fernando Haddad (PT), foi o estopim para o fato. De acordo com os depoimentos, o mestre de capoeira, que também optou pelo petista nas eleições 2018, entrou na discussão criticando Bolsonaro, o que desencadeou o fato.

Leia também: Bolsonaro x Haddad: faz sentido falar em eleição dos extremos?

O autor confesso do crime, contaram testemunhas em depoimento, chegou ao bar declarando voto no capitão da reserva e disse que “o Brasil precisa se livrar do PT”. Paulo Sérgio afirmou à polícia que, durante a discussão, foi xingado pelo mestre de capoeira.

Após a discussão, ele foi em casa e voltou com uma peixeira, que usaria para golpear a vítima. O barbeiro, que tem dois filhos e morava há dois meses no local, ingeriu bebida alcoólica desde a manhã do domingo e chegou ao bar às 23h, segundo a polícia. No depoimento, Paulo Sérgio confessou ter atingido as costas e o pescoço do capoeirista. Minutos depois, à imprensa, se contradisse ao afirmar que a discussão teve a ver com uma divergência sobre futebol e não com política.

Moa do Katendê morreu após discutir com um simpatizante de Jair Bolsonaro, em um bar na região central da cidade, o mestre de capoeira tomou várias facadas nas costas e não aguentou os ferimentos.

Ainda segundo informações da imprensa, o agressor teria gritado frases de apoio ao militar reformado. Romualdo, então, afirmou que ali o pessoal apoiava Fernando Haddad, do PT. Era cerca de 2h40 da manhã quando o homem atacou Romualdo.

Quando a polícia chegou, Paulo César Ferreira de Santana havia fugido, mas foi logo encontrada em uma casa próxima. Ele confessou o crime por motivação política. Afirmou ainda que estava bebendo desde a manhã de domingo e que, ao ser xingado por Romualdo, foi até a sua casa buscar uma faca. Ao voltar, encontrou Romualdo sentado e o golpeou nas costas e pescoço.

Um primo do mestre de capoeira, que tentou defendê-lo do ataque, também foi ferido. Germinio Pereira tem 51 anos e foi atingido no braço e levado ao Hospital Geral do Estado (HGE). Ele está sedado, não corre risco de vida. Seu depoimento deve ser colhido pela polícia na tarde desta segunda, na unidade de saúde.

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