A decisão do Ministério da Educação de acabar com o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares deu uma causa ao bolsonarismo, após meses de desorientação. Em busca do apoio e dos votos extremistas, governadores e prefeitos aliados de Jair Bolsonaro prometem manter a iniciativa, mesmo sem dinheiro federal e sem provas da eficiência do modelo. É o caso de estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso, ou de municípios como Jaboatão dos Guararapes, única cidade pernambucana disposta a insistir no programa. Para tanto, vão precisar desembolsar recursos próprios e contratar PMs ou bombeiros em substituição aos militares aposentados das Forças Armadas que recebem, além do soldo, vantajosas gratificações que variam de 2,6 mil a 9 mil reais.
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, havia se antecipado no início do ano, quando da posse do presidente Lula, ao assumir a administração de seis escolas cívico-militares. “Não muda nada. Esse processo foi decidido por nós, porque sabemos da eficiência e o quanto o colégio militar tem trazido de resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)”, justificou Caiado. Segundo a Secretaria de Educação estadual, em maio deste ano, o Colégio da Polícia Militar César Toledo, em Anápolis, garantiu medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas.
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