Meia volta, volver

Apesar da bravata dos governadores bolsonaristas, as escolas cívico-militares parecem condenadas

Ideologia. O mineiro Romeu Zema promete insistir no modelo, apesar dos custos altos e dos resultados para lá de duvidosos – Imagem: Claudio Postay/Prefeitura de Cariacica/GOVES e Gil Leonardi/GOVMG

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A decisão do Ministério da Educação de acabar com o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares deu uma causa ao bolsonarismo, após meses de desorientação. Em busca do apoio e dos votos extremistas, governadores e prefeitos aliados de Jair Bolsonaro prometem manter a iniciativa, mesmo sem dinheiro federal e sem provas da eficiência do modelo. É o caso de estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso, ou de municípios como Jaboatão dos Guararapes, única cidade pernambucana disposta a insistir no programa. Para tanto, vão precisar desembolsar recursos próprios e contratar PMs ou bombeiros em substituição aos militares aposentados das Forças Armadas que recebem, além do soldo, vantajosas gratificações que variam de 2,6 mil a 9 mil reais.

Em Goiás, o governador Ronaldo ­Caiado, do União Brasil, havia se antecipado no início do ano, quando da posse do presidente Lula, ao assumir a administração de seis escolas cívico-militares. “Não muda nada. Esse processo foi decidido por nós, porque sabemos da eficiência e o quanto o colégio militar tem trazido de resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)”, justificou Caiado. Segundo a Secretaria de Educação ­estadual, em maio deste ano, o Colégio da Polícia Militar César Toledo, em Anápolis, garantiu medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas.

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1 comentário

José Carlos Gama 25 de julho de 2023 03h15
Essa doutrinação é desnecessária. Os jovens podem e devem decidir se querem seguir a carreira militar somente quando forem convocados a servir as forças armadas, antes disso é desperdício econômico que poderia ir para setores produtivos dos Estados.

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