Política
Mauro Cid repete estratégia e fica em silêncio em CPI na Câmara do DF
O tenente-coronel fez uma breve apresentação aos deputados distritais, mas não responderá a perguntas


O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), decidiu se manter em silêncio durante depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta quinta-feira 24. Ele repete, assim, a estratégia de sua participação na CPMI do 8 de Janeiro, no Congresso Nacional.
Cid fez uma breve apresentação para anunciar sua decisão aos parlamentares: “Sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos conduzidos por esta CPI, considerando a minha inequívoca condição de investigado e por orientação da minha defesa técnica, farei uso durante toda esta sessão do meu direito constitucional ao silêncio”.
Ele alegou que as funções desempanhadas durante o governo Bolsonaro eram “de natureza militar, conforme regulamentação”, e que “a ajudância de ordens é a única assessoria que não é escolhida pelo presidente, mas de responsabilidade das Forças Armadas designar os militares que a integrarão”.
O militar afirmou ainda que ficava do lado de fora das salas de reunião e que não questionava o que era tratado nos encontros.
A defesa de Cid chegou a pedir o adiamento de seu depoimento à CPI, mas a demanda foi negada pelo presidente da comissão, o deputado distrital Chico Vigilante (PT).
Nesta quinta, o advogado Cezar Bitencourt, defensor de Cid, se encontrará com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O objetivo é solicitar acesso aos autos dos processos contra o tenente-coronel e conversar sobre a prisão dele. Mauro Cid está preso há mais de três meses no batalhão da Polícia do Exército, em Brasília.
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