Política

Márcio França: O erro em São Paulo pode custar a eleição do Lula

Pré-candidato disse se ver em vantagem no estado por não ser um ‘nome tradicional’ da esquerda: ‘Nunca combinei muito com esse tom vermelho’

O ex-governador paulista Márcio França. Foto: Divulgação/Governo de SP
Apoie Siga-nos no

O pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSB, Márcio França, defendeu nesta sexta-feira 20 ser o candidato que ‘mais ajuda’ a atrair novos votos para Lula (PT) no estado. Conforme afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, uma decisão equivocada na escolha dos palanques por parte do ex-presidente poderá ‘custar a eleição’ contra Jair Bolsonaro (PL).

“ É preciso que a gente tenha em mente o que está acontecendo na eleição brasileira. O erro em São Paulo pode custar a eleição brasileira [do Lula]. Dez por cento em São Paulo são 2,5 milhões de votos. Não há como compensar isso”, respondeu França ao ser questionado sobre abrir mão da sua candidatura para apoiar Fernando Haddad (PT).

Em seguida, no entanto, França se esquivou ao ser questionado se ‘o erro’ a que se refere na declaração seria Lula apoiar Haddad. Apesar de não afirmar categoricamente, o ex-governador voltou a defender ter mais votos do que o petista em SP.

“Qualquer erro. O que tem de concreto é a eleição passada. Em 2018, eu tive para governador 10,2 milhões de votos e o Haddad, 7,2 milhões para presidente. Estamos discutindo esses 3 milhões. Por que esses 3 milhões migraram para mim e não para ele? É isso”, respondeu.

Conforme defendeu o pessebista, ele seria o pré-candidato ao governo capaz de atrair o maior volume eleitores não-petistas para Lula. “Sem dúvida [minha candidatura ‘alivia a tarefa de Lula] . Eu amplio um pedaço a mais que ele não tem”, destacou França.

Ainda sobre a formação dos palanques da centro-esquerda no estado, o político reforçou que não pretende abrir mão da sua candidatura, mas que também não vê o movimento sendo feito por Haddad. Para ele, no entanto, não há impedimento algum em Lula e Geraldo Alckmin estarem presentes nas duas campanhas.

“Eu não teria problema de fazer campanha com nós quatro juntos. Até sugeri de rodarmos o interior juntos”, explicou. Não tenho dúvida de que Alckmin vai comigo e Lula com ele. Se der para fazermos juntos, melhor”.

Na conversa, França ainda disse se ver em vantagem em SP por não ser um ‘nome tradicional’ da esquerda, além de reconhecer pontos positivos no PSDB, partido que governa o estado há décadas.

“Eu nunca combinei muito com esse tom vermelho. Não é o meu estilo. Sou do PSB há 40 anos, foi meu único partido. Não posso ser acusado de ser incoerente. Eu compreendia os movimentos do PSDB e achava que o partido não devia ser tratado como inimigo. Era um adversário. O convite ao Alckmin é uma mensagem aos brasileiros”, afirmou o pré-candidato.

 

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo