Política

Marajó: MPF diz que relato de Damares não consta em nenhuma denúncia feita nos últimos 30 anos

A ex-ministra e senadora eleita pelo DF mencionou a prática de crimes brutais contra crianças da Ilha do Marajó, no Pará, sem detalhar datas

Marajó: MPF diz que relato de Damares não consta em nenhuma denúncia feita nos últimos 30 anos
Marajó: MPF diz que relato de Damares não consta em nenhuma denúncia feita nos últimos 30 anos
A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Foto: Carolina Antunes/PR
Apoie Siga-nos no

O Ministério Público Federal afirmou, em nota divulgada nesta quinta-feira 13, que nenhuma das denúncias encaminhadas ao órgão ao longo dos últimos 30 anos sobre tráfico de crianças na Ilha do Marajó (PA) mencionam os tipos de torturas mencionadas pela ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos).

O MPF reiterou que as violências não são citadas ao longo de inquéritos instaurados no período de 2006 a 2015 – três civis e um policial – para apurar denúncias sobre supostos casos de tráfico internacional de crianças na região.

O órgão acrescentou ainda que as denúncias que não mencionavam tráfico internacional infantil foram encaminhadas ao Ministério Público do estado do Pará.

O órgão pediu ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direito Humanos que compartilhe as denúncias que sustentem as falas de Damares, mas não recebeu respostas até o início desta tarde.

A Polícia Civil do Pará também disse não ter “nenhum registro referente aos modos de atuação descritos pela ex-ministra” e encaminhou “ofício solicitando documentos e mídias citadas” por Damares para iniciar “de forma urgente investigação sobre os fatos relatados”.

Durante um culto religioso realizado na igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia (GO), a senadora, eleita pelo Distrito Federal, afirmou que havia imagens de crianças de 4 anos cruzando as fronteiras com os dentes arrancados “para não morderem na hora do sexo oral”. Ainda acrescentou que as meninas e meninos comem comida pastosa “para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo