Política

Mandetta nega que esteja forçando sua demissão do Ministério da Saúde

Ministro criticou Bolsonaro na televisão e gerou boatos de que tenha tentado provocar sua exoneração

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, negou a suposição de que suas recentes críticas ao presidente Jair Bolsonaro representem uma tentativa de forçar sua demissão da chefia da pasta. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira 14, ele afirmou que se trata mais de uma questão de “comunicação”.

A hipótese surgiu após Mandetta pedir que o governo ouça a ciência, durante entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo. Na ocasião, o ministro comentou a postura de Bolsonaro em defender o fim do isolamento e desrespeitar as recomendações oficiais de restrição de circulação.

Questionado sobre sua intenção na entrevista, Mandetta afastou a tese de que queira provocar sua exoneração: “Não, absolutamente. O Ministério da Saúde trabalha anotando a história natural desta doença”, respondeu.

“Não vejo nesse sentido não. Acho que é muito mais uma questão relacionada à comunicação, como a gente vai comunicar. Nada além disso daí. É em trabalho mesmo que a gente está focado.”

A conduta de Mandetta gerou ruídos entre os militares integrantes do governo, que garantiam a permanência de Mandetta no cargo e passaram a rever suas posições.

O próprio vice-presidente Hamilton Mourão disse que o ministro cometeu uma falta grave, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. No entanto, declarou que Bolsonaro não deve trocar o chefe da Saúde agora.

 

Nesta terça-feira 14, o Brasil bateu recorde de mortes por coronavírus em 24 horas, segundo atualização do Ministério da Saúde. Pela primeira vez, o país registrou mais de 200 óbitos em um dia, chegando a 1.532 vítimas fatais e mais de 25 mil infectados.

Mandetta anunciou que o governo federal fará 40 voos para buscar toneladas de equipamentos de proteção individual na China nas próximas seis semanas. O país asiático é o principal produtor de insumos hospitalares, como máscaras e luvas. A aquisição atenderá a médicos e enfermeiros que atuam na linha de frente contra o coronavírus.

Em seguida, anunciou Mandetta, serão realizados voos domésticos para a distribuição dos equipamentos aos estados. O trabalho de logística ocorre em parceria com outros ministérios.

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