Justiça
Malafaia chama STF de ‘circo’ e acusa Alexandre de Moraes de perseguição política
Pastor bolsonarista disse que o julgamento de Jair Bolsonaro é um ‘teatro’ e voltou a atacar ministros da Corte em ato na Avenida Paulista


O pastor Silas Malafaia voltou a atacar duramente o Supremo Tribunal Federal durante o ato bolsonarista deste 7 de Setembro, na Avenida Paulista, em São Paulo. Ele classificou o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) como um “circo” e acusou o ministro Alexandre de Moraes de transformar o Brasil em um País onde há “crime de opinião”.
“Isso não é julgamento, é um circo. Bolsonaro é julgado em um teatro. Que justiça é essa? Que STF é esse?”, disse Malafaia, sob aplausos dos manifestantes.
O pastor afirmou que o inquérito das fake news, conduzido por Moraes desde 2019, é “imoral e ilegal” por não ter participação do Ministério Público. Segundo ele, o ministro age como “promotor e juiz ao mesmo tempo” e persegue opositores por suas opiniões. “Nós temos brasileiros exilados que tiveram que sair do país para não serem presos por causa de opinião. Que democracia é essa?”, questionou.
Malafaia também se defendeu das investigações em que é alvo, acusado de obstrução de Justiça e participação em organização criminosa. “Qual é o meu crime? Dar opinião, dar conselho, criticar? Esse é o modus operandi do ditador da toga, Alexandre de Moraes: colocar medo, calar a boca e travar os seus opositores. Mas ele escolheu o cara errado”, afirmou.
Encerrando a fala em tom religioso, Malafaia comparou Alexandre de Moraes a Golias. “O Deus todo poderoso vai te derrotar no momento certo”, disse.
Malafaia, investigado pela Polícia Federal, é um dos principais articuladores da mobilização bolsonarista neste 7 de Setembro. Mesmo com Bolsonaro em prisão domiciliar desde agosto, o pastor assumiu papel de liderança na organização dos atos.
As manifestações ocorrem em meio ao julgamento no STF dos envolvidos no 8 de Janeiro e à pressão da base bolsonarista para que o Congresso aprove uma anistia. Na Avenida Paulista, os discursos de Malafaia e do governador Tarcísio de Freitas deram o tom da ofensiva contra o Judiciário e em defesa da volta de Bolsonaro às urnas em 2026.
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