Mais de 100 personalidades assinam carta de apoio a Erika Hilton para deputada federal

O manifesto ressalta que a Câmara nunca teve uma deputada travesti e critica o cenário de violência sob o governo de Jair Bolsonaro

Erika Hilton, durante sessão de homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTI+ no parlamento da capital paulista. Foto: Afonso Braga/Câmara Municipal de São Paulo

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A candidatura de Erika Hilton (PSOL-SP) para deputada federal divulgará na quarta-feira 31 um manifesto intitulado Gente é Para Brilhar, com a assinatura de mais de 100 personalidades em apoio à sua eleição.

Entre os nomes signatários, antecipados a CartaCapital, estão o de Camila Pitanga, Carmo Dalla Vecchia, Criolo, Daniela Mercury, Dira Paes, Duda Beat, Emicida, Gregório Duvivier, Karine Telles, Marco Pigossi, Paolla Oliveira, Pabllo Vittar, Preta Gil e Samantha Schmütz, além de influenciadores, atletas e políticos.

O documento diz que “chegou a hora de derrotar o bolsonarismo, ter Lula presidente no primeiro turno e eleger Erika Hilton Deputada Federal na bancada mais forte e representativa que a esquerda já teve no Congresso”.

O texto salienta que o Brasil nunca elegeu uma travesti para a Câmara ou para o Senado. Além disso, faz críticas ao mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL), chamando a sua gestão de “pesadelo” e citando problemas como a crise econômica, a falta de garantias de direitos humanos e a violência contra minorias sociais.

“A lógica miliciana que tomou conta do Brasil está corroendo o que temos de democracia”, diz o manifesto. “Está matando pessoas, saqueando riquezas e desmatando florestas. Trouxe de volta a fome e a miséria. Negou oxigênio a quem lutava pela vida durante a pandemia. Trocou investimentos em educação por barras de ouro em malas de pastores corruptos. O governo Bolsonaro, junto às bancadas da bala, da bíblia e do boi, quando não fez o Brasil arder em chamas, nos transformou num verdadeiro mar de lama.”

À reportagem, Erika Hilton disse querer “romper com a triste história de exclusão” e ressaltou a necessidade de São Paulo eleger uma mulher negra para a Câmara dos Deputados..


“Queremos mudanças estruturais, que tocam corações e mentes dos que desejam um Brasil mais representativo”, declarou Hilton, vereadora da capital paulista.

Em 19 de agosto, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo, da qual a parlamentar é presidente, aprovou por unanimidade o relatório da CPI da Violência contra Pessoas Trans e Travestis na cidade.

O texto final, de 302 páginas, sugeriu a adoção de medidas de inclusão e combate à violência nas áreas de saúde, segurança pública, educação e emprego. Entre as recomendações, estão a investigação e a punição de agentes de segurança acusados de abordagem transfóbica; a fiscalização de discriminação na Cracolândia; e a criação de um curso de formação policial que inclua o tema do combate à transfobia.

Em maio, um dossiê indicou aumento de 33% no índice de mortes violentas de pessoas LGBTI+ no Brasil em 2021, em comparação com o ano anterior. Os dois grupos que sofreram mais violência foram os de pessoas trans e travestis e homens gays. São predominantes mortes por esfaqueamento, disparos de armas de fogo e espancamento.

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