Política
Mais cotado para assumir o Ministério da Justiça conseguiu OAB em 2013
Policial de reserva, Jorge Oliveira é amigo dos Bolsonaro e tem cargo de confiança no Planalto. Sua experiência jurídica, contudo, é pequena
Confirmada a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, o Planalto já se articula para substituí-lo. O nome mais cotado é o do advogado Jorge Oliveira, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, aliado há muitos anos da família Bolsonaro. Seu pai, morto em 2018, chefiou o gabinete de Bolsonaro por vinte anos na Câmara. O filho chefiou o gabinete de Eduardo Bolsonaro – e também foi padrinho de casamento do filho 03 do presidente.
Policial militar de reserva, Oliveira tem experiência curta no mundo jurídico: só obteve a carteirinha da OAB em 2013. Sua ascensão no governo, contudo, é vertiginosa. Antes de assumir a Secretaria-Geral da Presidência, foi subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. O cargo foi trampolim para o STF de dois ministros em exercício atualmente: Gilmar Mendes, nomeado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e Dias Toffoli, indicado pelo ex-presidente Lula.
Outros nomes
André Mendonça, Alexandre Ramagem e Jorge Oliveira: cotados para o Ministério da Justiça.
Com a queda de Moro, também sobe a cotação de Alexandre Ramagem, atual diretor da Abin. Cotado inicialmente para substituir Maurício Valeixo na diretoria da Polícia Federal, Ramagem é tido como um nome de repercussão nacional. É apadrinhado por Augusto Heleno, mais fiel dos generais que orbitam o ex-capitão. Corre por fora o ministro André Mendonça, da Advocacia Geral da União.
Valeixo acabou exonerado na manhã desta sexta-feira 24. Conforme declarou Moro, deixou o cargo sob pressão, e não a pedidos, conforme consta no Diário Oficial. Em seu lugar, caso não entre Ramagem, deve ser nomeado Anderson Gustavo Torres, Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-chefe de gabinete do deputado federal Fernando Francischini.
Torres é amigo de Eduardo Bolsonaro e aliado fiel do presidente. Em janeiro, ele participou de reuniões para dividir o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Diante da repercussão ruim, a ofensiva não se concretizou. Em entrevista, Moro se referiu a ele como “um deputado que passou mais tempo no Congresso do que na ativa na Polícia Federal”.
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