Política

Maioria dos brasileiros aprova tratamento de Bolsonaro a Moro

Ministro mais popular do governo entrou com ‘carta branca’ para operar, mas vem sofrendo reveses do Congresso e do presidente

Foto: Carolina Antunes/PR
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Para 70% brasileiros, o tratamento do presidente Jair Bolsonaro ao seu ministro da Justiça, Sergio Moro, é bom ou até melhor do que deveria, segundo os resultados da pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas, liberados nesta segunda-feira 23.

Em entrevista feita com mais de 2 mil brasileiros entre 11 e 14 de setembro, 52% acreditam que o presidente trata Sergio Moro como deveria, e outros 17,9% acham que é até melhor do que o esperado. Para 21,2%, o ex-juiz e mais popular ministro do governo, segundo indicado pela última pesquisa Datafolha, deveria ter melhor trato por parte do presidente. Os demais 8,7% não souberam ou não quiseram opinar sobre.

Também foi avaliado como que os entrevistados analisam a relação entre Moro e Bolsonaro. Dessa vez, houve maior desconfiança: 29,7% julgam que, pelo o que ouviram e sabem falar, o ministro e presidente estão em um bom relacionamento. Para 24,1%, esse status alcança o “regular”.

Sergio Moro entrou no governo com a alegada “carta branca” para dar seus rumos à segurança pública, mas tem sido derrotado no Congresso e sofrido reveses com incômodas intervenções de Bolsonaro na Polícia Federal. Recentemente, o presidente afirmou que era mais difícil “trocar de esposa” do que mudar a composição da chefia da PF, função tradicionalmente do ministro da Justiça. Para ele, era necessário “dar uma arejada” na corporação.

Depois de perder o antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para o Ministério da Economia por decisão dos parlamentares, Sergio Moro também vê seu pacote anti-crime esbarrar em obstáculos na Câmara.

Após o assassinato da garota Agatha Félix, de 8 anos, no Complexo do Alemão neste sábado 21, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nas redes sociais que é necessário avaliar de maneira “muito cuidadosa e criteriosa” os critérios para o excludente de ilicitude, que presume a inocência do policial ou agente de segurança caso ele tenha agido com “violenta emoção”.

Sergio Moro respondeu dizendo que a morte de Ágatha era “lamentável” e “trágica”, mas que “não há nenhuma relação possível do fato com a proposta de legítima defesa constante no projeto anticrime.” Com isso, compartilhou uma publicação do deputado Felipe Francischini (PSL-RJ) que dizia que quem fazia a associação estaria agindo de “má-fé”. A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro irá investigar a morte da criança.

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