Maia critica Bolsonaro por insuflar clima de “radicalismo” entre poderes

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou mais um dos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal e afirmou que, ao atacar a Corte, Bolsonaro cria “um ambiente de maior radicalismo entre as instituições”.

A fala foi feita nesta quinta-feira 28 em uma entrevista de Maia à rádio Tupi. Mais cedo, o presidente Bolsonaro havia xingado o inquérito das fake news, que tramita no Supremo, e afirmado que ações como aquelas iriam acabar. “Acabou, porra! Me desculpe o desabafo. Não dá pra admitir mais atitudes de certas pessoas individuais tomando de forma quase que pessoal certas ações. Nós vamos continuar livres mesmo com o sacrifício da própria vida.”, disse o presidente.

Maia rebateu e afirmou que a Corte terá “apoio do Poder Legislativo, da sociedade para continuar tomando as suas decisões de forma independente. É o que eu acredito fortemente. Nós vamos continuar com cada poder tomando as suas decisões”, afirmou. “Frases como essa apenas criam um ambiente de maior radicalismo entre as instituições. Isso é ruim. Nós temos que tentar garantir o mínimo de civilidade nas relações e, sem dúvida nenhuma, o respeito às decisões de cada um dos poderes”.

O deputado tem sido pressionado por partidos de oposição e outros críticos do governo a dar seguimento a um dos processos de impeachment protocolados pela sociedade. No entanto, já dispensou que este seja um cenário viável no momento – considerando, também, a distribuição de cargos que o governo faz ao chamado Centrão, essencial para segurar os votos em um possível pedido avaliado pelo Plenário.

Maia também comentou sobre uma entrevista dado pelo parlamentar Eduardo Bolsonaro, que afirmou que um ponto de ruptura aconteceria em uma questão de tempo. Novamente, ele limitou-se a repudiar a fala de Eduardo.  “A fala é muito ruim, muito grave e vamos continuar trabalhando para que as instituições continuem trabalhando de forma independente e tentando ao máximo o diálogo e a harmonia”, disse Maia.