Economia

Lula receberá na segunda propostas para abrir espaço no Orçamento de 2023

Governo eleito avalia PEC ou MP para liberar gastos no próximo ano

Lula receberá na segunda propostas para abrir espaço no Orçamento de 2023
Lula receberá na segunda propostas para abrir espaço no Orçamento de 2023
Foto: Ricardo Stuckert
Apoie Siga-nos no

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), receberá na segunda-feira de assessores e aliados uma série de opções sobre como abrir espaço no Orçamento de 2023. Esse espaço é necessário para pagar o Bolsa Família de R$ 600, o reajuste real do salário mínimo e a recomposição de uma série de gastos como merenda escolar e creches. O grupo se reunirá em São Paulo para discutir as alternativas na mesa para adequar o Orçamento do próximo ano às prioridades do novo governo.

Na quinta-feira, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou a necessidade de uma proposta de Emenda à Constituição para viabilizar os gastos extras em 2023, chamada de PEC da Transição. Depois, na sexta-feira, aliados de Lula indicaram a possibilidade de esse espaço ser criado por medida provisória (MP), o que só poderia ser feito depois da posse.

Agora, há a possibilidade de uma junção, incluindo PEC e MP. A decisão será de Lula. Outras mudanças serão feitas pelo relator do orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), na própria peça orçamentária.

Entre aliados de Lula, há um entendimento crescente de que alguns programas precisarão ter o Orçamento aberto via PEC, alternativa que dá mais segurança jurídica para o governo. Porém, é necessário um apoio maior de deputados e senadores.

A PEC criaria uma exceção ao teto de gastos, que trava as despesas federais. A PEC também dispensa outras regras fiscais, como a meta de resultado primário e a regra de ouro. Essas regras não seriam superadas com uma MP, que ainda tem o ônus de só ser editada após a posse.

Petistas afirmam que no processo de busca de saída para o orçamento, há planos “A, B e C”. No domingo, parlamentares envolvidos nas discussões irão se reunir com o vice-presidente eleito, em São Paulo, para alinhas as soluções para a reunião de segunda.

Será um encontro preparatório no qual senadores e deputados irão levar ao coordenador-geral da transição todos os pontos já conversados e articulados em Brasília sobre as alternativas avaliadas.

Na reunião com Lula em São Paulo na segunda, aliados querem costurar uma solução, como valores da PEC, possível redação da medida provisória e definição de outras alternativas. Na terça-feira, haverá uma nova reunião com o relator do orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), na qual será apresentada uma proposta de solução para adequação do orçamento.

Parlamentares envolvidos na primeira semana de discussões de arranjos do orçamento pós-eleições avaliam que as articulações foram produtivas, enxergam no relator do Orçamento comprometimento com os projetos de Lula e veem o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), receptivos e dispostos a ajudar.

Também na segunda-feira será definido o dia em que Lula virá a Brasília na próxima semana, onde terá conversas presenciais com Lira e Pacheco. O presidente eleito quer dar caráter de institucionalidade à sua primeira visita à capital federal após a vitória nas urnas. A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também deverão ser procurados por Lula.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo