Mundo
Lula promete buscar solução para sustentar exportações do Brasil para a Argentina
O presidente brasileiro deixou claro, porém, que ainda não foi encerrada a discussão sobre as garantias para implementar o crédito para que empresários brasileiros possam vender para o país vizinho


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu, nesta terça-feira (2), que está disposto a ajudar a Argentina e encontrar uma forma de implementar uma linha de crédito para sustentar as exportações do Brasil para o país vizinho, que enfrenta uma crise severa de falta de reservas.
“Vou fazer todo e qualquer sacrifício para que possamos ajudar a Argentina nesse momento difícil”, disse Lula durante uma coletiva de imprensa no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, onde recebeu o colega argentino em uma reunião que durou quase quatro horas.
Após o encontro, Lula se disse “disposto” a conversar com empresários e o Congresso para encontrar “uma solução” para a falta de dólares no Banco Central da Argentina.
Foto: Sergio Lima / AFP
Alberto Fernández chegou nesta terça a Brasília para negociar uma ajuda que incentive as exportações do Brasil para a Argentina, permitindo que o país vizinho continue importando produtos brasileiros, apesar da escassez de divisas.
Lula deixou claro, após o encontro desta terça, que ainda não foi encerrada a discussão sobre as garantias para implementar estes créditos.
“Iremos fazer tudo o que está ao nosso alcance para tentar resolver os problemas econômicos e de legislação que existem”, prometeu, citando, ainda, conversas com membros dos Brics – grupo de economias emergentes, formado por Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul – para ajudar a Argentina.
Também participaram do encontro entre os dois presidentes o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Economia argentino, Sergio Massa.
“Estamos colocando soluções em andamento. O compromisso de Lula é um apoio muito importante”, disse Fernández.
“Agora temos que encontrar os pontos de acordo e fazer o trabalho”, acrescentou o presidente argentino, informando, ainda, que as equipes econômicas de Brasil e Argentina continuarão as conversas na próxima semana.
Haddad havia dito a jornalistas, nesta terça, que neste momento cerca de 200 empresas brasileiras “não só não estão exportando, como muitas não estão recebendo os valores das exportações retidos na Argentina”, devido às dificuldades econômicas no país vizinho.
Em ano eleitoral, a Argentina sofre uma profunda crise econômica, com uma inflação anual de mais de 100% e uma escassez persistente de reservas no Banco Central.
Este ano, em particular, a entrada de divisas derivadas das exportações agrícolas argentinas serão afetadas pelo impacto de uma das maiores secas em 100 anos.
A reunião entre Lula e Fernández ocorre após uma videochamada de 45 minutos que os dois chefes de Estado mantiveram na quinta-feira passada.
Na ligação, os governantes “destacaram a importância de aprofundar os vínculos de fraternidade e o comércio bilateral”, entre outros temas, conforme informado pela Presidência argentina.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

O que será discutido no encontro entre Lula e Alberto Fernández nesta terça-feira
Por Getulio Xavier
Kirchner confirma que não será candidata presidencial na Argentina
Por AFP
Argentina ‘segue’ Brasil e vai deixar de usar dólar nas importações com a China
Por André Lucena
Argentina voltou à Unasul e Brasil fará o mesmo, diz Alberto Fernández
Por AFP
Lula oficializa retorno do Brasil à Unasul
Por Camila da Silva