Política

Lula projeta ‘um Estado forte’ e manda ‘recado’ a interessados em privatizações

O petista reforçou que Bolsonaro não pode negar a responsabilidade pela inflação: ‘É por causa da guerra? Eu vou dizer: é por falta de vergonha’

Dilma Rousseff, Geraldo Alckmin e Lula em Porto Alegre. Foto: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Lula (PT), líder das pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, responsabilizou o governo de Jair Bolsonaro (PL) pela inflação fora de controle, voltou a se manifestar contra a privatização da Petrobras e da Eletrobras e defendeu a necessidade de “um Estado forte”.

Lula participou de um ato pela soberania nacional em Porto Alegre (RS) na noite desta quarta-feira 1º. Marcaram presença, entre outros, o candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e a ex-presidenta da República Dilma Rousseff.

“Eu não tenho medo de dizer: eu não quero um Estado fraco, eu não quero um Estado pequeno, eu não quero um Estado insuficiente”, discursou o ex-presidente. “Quero um Estado forte, que seja responsável pela educação, pela saúde, pela geração de emprego, por aumentar o salário mínimo, por dar cidadania aos brasileiros. É esse o Estado que nós vamos fazer.”

Segundo Lula, “um País pode ter toda a riqueza do mundo, mas se o povo não tem o direito de tomar café, almoçar e jantar, ele não é soberano”. Também afirmou que o governo Bolsonaro não pode atribuir à guerra entre Rússia e Ucrânia a inflação galopante que castiga o País.

“Da inflação de hoje, 50% vêm dos preços controlados pelo governo. Energia, gás, gasolina. E por que isso? É por causa da guerra? Eu vou dizer para vocês: é por falta de vergonha e compromisso”, prosseguiu o petista. “Não adianta jogar a culpa em cima dos outros, em cima da guerra. Já tivemos a guerra do Iraque, a guerra da Síria, a guerra do Líbano, e aqui a gente não aumentava o combustível.”

Lula também alertou para os riscos envolvidos na privatização da Eletrobras, uma obsessão do ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Vão dizer que vai ficar mais barato. Se a gente deixar privatizar a Eletrobras, preparem-se: as empresas não vão tomar conta apenas do preço da energia, mas da água dos nossos rios. É capaz de não deixar ninguém nadar mais”, ironizou. Lula se dirigiu aos empresários interessados no negócio: “Quem quiser se meter a comprar a Petrobras e a Eletrobras, prepare-se, porque vai ter de conversar conosco depois das eleições”.

Ao defender uma ampla aliança de partidos e lideranças políticas em torno de sua pré-candidatura, Lula declarou que “recuperar e reconstruir a soberania do País não é uma tarefa só do PT ou dos partidos de esquerda, mas de todos aqueles que têm dignidade e compromisso com o trabalhador e o povo pobre”.

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