Economia

Lula: ‘O País está pronto, é só tirar a tralha que tem lá e colocar a gente no lugar’

O ex-presidente defendeu ‘atenção especial’ de bancos públicos a dívidas de micro, pequenos e médios empresários contraídas durante a pandemia

Foto: Reprodução
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O ex-presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira 17 que o Brasil, apesar da crise atual, é um País que preenche todos os requisitos para ‘deixar de ser pequeno’ globalmente e que só estaria estagnado pela ‘incapacidade’ e pela ‘falta de gestão’ de Jair Bolsonaro (PL). A análise ocorreu em evento da fundação Perseu Abramo voltado a micro, pequenos e médios empresários brasileiros.

“Este País está pronto [para voltar a crescer], é só tirar essa tralha que tem lá e colocar a gente no lugar que vocês vão ver como vamos melhorar este País”, afirmou Lula no evento, realizado em São Paulo.

Ele defende que, ao aliar as políticas públicas bem sucedidas de seus oito anos anos à frente do Planalto com ‘a experiência’ de 16 anos de gestão de Geraldo Alckmin (PSB) em São Paulo, será possível reverter a atual crise de inflação e desemprego. O petista ainda elencou a participação popular como item essencial em seu terceiro mandato. “A vantagem é que vai ter dois caras que gostam de conversar, então é o momento oportuno de fazer a pauta de reivindicações.”

Aos micro e pequenos empresários, Lula garantiu que o segmento terá uma ‘atenção especial’ ao renegociar dívidas contraídas durante a pandemia da Covid-19. Conforme explicou, os bancos públicos, como Banco do Brasil e BNDES, deverão retomar suas ‘funções sociais’. A pauta foi a principal reivindicação dos discursos que o antecederam.

“Vamos voltar a fazer com que os bancos públicos atuem como banco públicos. Não queremos que eles deem prejuízo, mas que prestem uma função social a este País. O BNDES, por exemplo, vai ter que deixar de fazer empréstimos para grandes empresas e vai ter que se dedicar a pequenos e médios negócios, porque o restante pode pegar empréstimo em dólar em qualquer banco”, defendeu o ex-presidente.

No evento, o petista disse ainda que está nos seus planos criar um ministério que trate apenas deste segmento empresarial e reservar recursos para compras governamentais de negócios de menor porte, como fez nos seus dois primeiros mandatos. Segundo ele, a política para ajudar o setor foi um dos entraves para fechar o acordo comercial com a União Europeia durante a sua gestão. “Eles não queriam isso. Queriam que a gente comprasse salada da Itália e não de vocês.”

‘Motociatas e passeios de jet-ski’

Geraldo Alckmin também direcionou duras críticas ao atual governo. Em um breve discurso, o ex-tucano tratou dos retrocessos na atual gestão e da falta de diálogo imposta pela agressividade do presidente. Em sua participação no evento, disse que, com Bolsonaro, a democracia brasileira estaria em risco e que, portanto, o ex-capitão não seria ‘merecedor’ de um novo mandato.

“Um programa de governo democrático não se faz com motociata ou passeio de jet-ski, se faz ouvindo pessoas. Se faz ouvindo quem cria riqueza, trabalha e empreende neste País. Quanto mais ouvirmos, menos vamos errar, e essa é a característica do Lula, o homem do diálogo, de estender a mão, de ouvir e conversar”, disse Alckmin, antes de listar uma série de problemas do País, como a inflação, fome, o negacionismo e a falta de investimentos na Educação.

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