Política

‘Lula foi craque do jogo’: A avaliação do PT sobre a aprovação da MP dos ministérios

Presidente ‘entrou em campo’ para articular pessoalmente com Lira e outros integrantes do Centrão

Meme postado pelo PT após a aprovação da MP dos ministérios traz Lula como 'craque do jogo'. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Na visão de integrantes do PT, a aprovação da medida provisória de reestruturação dos ministérios no apagar das luzes na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira 31 se deve quase exclusivamente à articulação feita pessoalmente pelo presidente Lula (PT).

O petista ‘entrou em campo’ para convencer Arthur Lira (PP-AL) e outros integrantes do Centrão a não deixarem o texto caducar. A medida foi votada nos últimos minutos de sua validade e teve 337 votos favoráveis à proposta, 125 contrários e uma abstenção.

A avaliação, exposta publicamente em partes pelo próprio partido, ocorre após duras críticas de Lira e aliados aos articuladores oficiais do governo federal. O tema só avançou após ligações e encontros pessoais de Lula com o presidente da Câmara em uma ‘operação de guerra’ montada na manhã de quarta.

Além das conversas, o petista também liberou um volume recorde de emendas na atual gestão – cerca de 1,7 bilhões de reais – e sinalizou para mudanças no alto escalão do Planalto com possíveis trocas ministeriais. Ao final, apesar das mudanças significativas na estrutura inicial do governo, o resultado  – não deixar a MP caducar – foi lido como uma vitória.

Em conversas reservadas com CartaCapital, deputados reconheceram que ‘faltou algo a mais’ no desempenho dos articuladores do governo no Congresso. “Talvez seja a hora de rever o papel de cada um”, disse um dos deputados da sigla. “Ter que ‘ligar pro Lula’ mostrou que a coisa precisa mudar”, avaliou outro no bastidor.

Nas redes sociais, porém, a avaliação foi mais otimista. O perfil da bancada do PT na Câmara classificou o presidente como ‘craque do jogo’ pela atuação. “Aprovada a MP 1154 que altera a organização administrativa dos ministérios! Presidente Lula Craque do Jogo!”, escreveu.

Os deputados Adriana Accorsi (PT-GO), Paulo Guedes (PT-MG), Airton Faleiro (PT-PA), Vicentinho (PT-SP) e Ana Paula Lima (PT-SC) também usaram a expressão ao comemorar a aprovação do texto. O termo ‘vitória’ também se difundiu entre os parlamentares da legenda ao repercutirem a aprovação. A maior comemoração se deu em torno da manutenção dos novos ministérios e da derrubada dos destaques propostos pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O esvaziamento das funções de pastas importantes não foi amplamente comentado pelos petistas.

Para Zeca Dirceu (PT-PR), líder da legenda na Câmara dos Deputados, a Casa ‘cumpriu seu dever’ ao votar sim para o relatório final da MP dos ministérios. “O voto de mais de 60,3 milhões brasileiros foi respeitado e o presidente Lula poderá governar com os ministérios que o País precisa”, avaliou o parlamentar.

O líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), também disse ter o sentimento de ‘dever cumprido’ com o avanço do texto, que será avaliado pelo Senado nesta quinta-feira:

“O dia termina com o sentimento de dever cumprido com o país, com o parlamento e com o governo do presidente Lula”, escreveu. Minha missão é ajudar Lula a reconstruir o país. Não há da minha parte nenhum outro objetivo, senão de ajudar o ministro Alexandre Padilha na coordenação política”, completou.

O ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha, por sua vez, agradeceu os mais de 300 votos ao projeto. “Desde o início, estávamos confiantes de que o Parlamento daria sua contribuição para essa conquista. Quero agradecer a cada uma das 337 deputadas e deputados que apoiaram o relatório apresentado pelo relator Isnaldo Bulhões (MDB-BA) na MP, construído em diálogo amplo com todos os partidos”, publicou.

Sobre as críticas direcionadas ao seu papel como articulador, Padilha se limitou a dizer que ‘continuará conversando’ com os deputados nos ‘próximos desafios’.

“Continuarei conversando com todos os demais colegas deputados que se abstiveram ou votaram contra o texto, inspirado pela convicção de que o Brasil não vai superar os enormes desafios que têm pela frente sem manter o bom ambiente de cooperação e respeito entre as instituições”.

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