Política
Lula diz que Trump deu um presente a Moraes ao derrubar sanções da Magnitsky
O presidente indicou que o governo vai seguir trabalhando para a derrubada das sanções contra outras autoridades brasileiras
O presidente Lula (PT) afirmou, nesta sexta-feira 12, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu “um presente” para Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao retirar o nome do ministro e de sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, da lista de sancionados da Lei Magnitsky.
“Trump deu um presente para ele [Moraes] o reconhecimento de que não era justo um presidente de um outro País punir um ministro da Suprema Corte brasileira porque estava cumprindo com a constituição brasileira”, disse durante a cerimônia de lançamento do canal SBT News.
Ainda segundo o presidente, na conversa que teve com Trump na semana passada, o mandatário norte-americano perguntou se a possível retirada das sanções contra Moraes seria algo bom para Lula. “Eu falei: não é bom pra mim, é bom para o Brasil e para a democracia brasileira. Aqui, você não está tratando de amigo para amigo, está tratando de nação para nação e a Suprema Corte é algo muito importante”, afirmou.
Lula ainda indicou que o governo vai seguir trabalhando para a derrubada das sanções contra outras autoridades brasileiras – pelo menos outros seis membros do STF seguem impedidos de entrar nos Estados Unidos por determinação de Trump.
“Ainda faltam mais pessoas, porque não é possível admitir que o presidente de um País possa punir com as leis dele autoridades de outro País que estão exercendo a democracia. A tua vitória, Alexandre, é a vitória da democracia brasileira”, completou o presidente.
A mudança anunciada pelo governo Trump nesta sexta-feira derruba todas as restrições financeiras e territoriais impostas ao casal, incluindo impedimentos de circulação, bloqueio de ativos e proibição de transações em dólar. Também foi excluída das sanções a Lex Estudos Jurídicos, empresa do casal.
A Magnitsky havia sido aplicada contra Moraes em 30 de julho deste ano, em meio à atuação do ministro à frente das investigações e do julgamento da trama golpista.
A reversão da sanção repercutiu no meio político, sendo celebrado por governistas e alvo de críticas por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), chegou a classificar a decisão de Trump como uma “vitória do Brasil e da diplomacia”. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), entretanto, afirmou receber a medida “com pesar” .
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