Política

Lula diz que abstenção nas urnas ‘é falta de sintonia com a realidade que estamos vivendo’

Em busca da vitória no 1º turno, o ex-presidente também citou Brizola, líder do partido de Ciro: ‘Tenho certeza de que estaria do nosso lado’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante comício no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu que os seus eleitores busquem os indecisos ou aqueles que pretendem se abster na eleição de 2 de outubro e voltou a fazer um apelo contra os votos brancos e nulos.

O discurso segue a tentativa da campanha petista de obter a vitória no 1º turno, tendo em vista que as últimas pesquisas indicam chances de que o ex-presidente liquide a disputa sem precisar de uma nova rodada.

Durante comício no Rio de Janeiro, neste domingo 25, Lula afirmou que não há “rebeldia” na abstenção.

“Nesses próximos dias, a gente vai ter que procurar pessoas indecisas ou que vão se abster de votar. Aquelas pessoas que chegam no dia da eleição, de manhã, pegam o carro e vai para algum lugar e não quer votar. Ele é o rebelde. Na verdade, não tem rebeldia nesse gesto. É falta de sintonia com a realidade que estamos vivendo”, disse.

Em alusão a um possível triunfo de Jair Bolsonaro (PL), Lula relembrou a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, beneficiada pela decisão de parcela dos eleitores americanos de se abster nas urnas.

O petista também disse suspeitar de que o presidente da República dificulte a votação.

“Esse maluco que está lá é capaz de fazer com que muitas empresas tirem ônibus de circulação para o povo não ir votar. E a gente vai ter que votar a pé, se for necessário. A gente vai ter que votar de qualquer jeito, porque nós precisamos tirá-lo de lá”, declarou o ex-presidente.

Na sequência, Lula disse que Leonel Brizola estaria apoiando a sua candidatura se estivesse vivo. Ex-governador do Rio, Brizola foi o maior líder do partido do adversário Ciro Gomes, que detém percentual relevante de intenções de voto para que o Lula vença a eleição no 1º turno.

“Se o Brizola estivesse aqui, o Brizola estava junto conosco aqui pedindo ‘fora Bolsonaro’. Eu tenho certeza disso. Eu tenho certeza absoluta de que o Brizola estaria do nosso lado”, declarou.

O ex-presidente dedicou longo trecho do discurso a criticar os problemas econômicos vividos no governo Bolsonaro. Ele prometeu o fim do teto de gastos caso seja eleito, mas negou que seja por querer fazer gastos irresponsáveis.

“Acabou o teto de gastos quando eu for presidente”, afirmou. “Não é porque eu quero gastar de forma irresponsável. (…) A gente não pode gastar mais do que tem. Mas se for para a gente fazer uma coisa nova, a gente pode fazer uma dívida, e o Brasil está precisando de um presidente arrojado que toma a atitude de voltar a investir em infraestrutura rapidamente.”

O petista também criticou pastores evangélicos que apoiam Bolsonaro.

“O pastor que segue ele não pode ser pastor, não acredita em Deus, não pode falar em nome de Deus”, afirmou.

Lula justificou ainda a sua ausência no debate do SBT, no sábado 24, onde foi criticado pelos oponentes por supostamente ter fugido do confronto. O petista disse que faltou ao evento porque havia agendado dois comícios antecipadamente e criticou a presença de candidatos nanicos, mas confirmou presença na TV Globo na quinta 29.

“Eu gosto de debate, mas os debates estão ficando difíceis, porque tem pouca gente com condições de disputar as eleições. E eu vou lá disputar com cinco, que só têm um objetivo: me atacar porque estou em primeiro lugar.”

Um aliado de Lula afirmou à reportagem que não houve “nenhuma repercussão relevante” sobre a ausência do ex-presidente no debate e sustentou a aposta dos petistas em realizar comícios no último fim de campanha.

A preparação de Lula para o debate poderia comprometer não só a agenda de sábado, em São Paulo, mas também a de sexta-feira, em Minas Gerais, onde o candidato da chapa petista enfrenta dificuldades para liderar as pesquisas.

No Rio de Janeiro, Lula estava ao lado do prefeito Eduardo Paes (PSD), que apoia o candidato a governador Rodrigo Neves (PDT). Também estava no palanque o deputado estadual André Ceciliano (PT), que disputa o Senado.

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