Política

Lula deve anunciar Guilherme Boulos como ministro após retornar de viagem

Uma vez efetivada, a entrada do deputado federal oficializará a 13ª mudança no primeiro escalão desde o início da gestão petista

Lula deve anunciar Guilherme Boulos como ministro após retornar de viagem
Lula deve anunciar Guilherme Boulos como ministro após retornar de viagem
O presidente Lula (PT) e Guilherme Boulos (PSOL). Foto: Miguel Schincariol/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente Lula (PT) avisou a auxiliares que nomeará Guilherme Boulos (PSOL) como ministro da Secretaria-Geral da Presidência quando retornar da viagem a Nova York. Hoje, a pasta está sob o comando Márcio Macêdo, que deve deixar a Esplanada e focar na candidatura a deputado federal em 2026, segundo apurou CartaCapital com fontes do governo e do PT.

Uma vez efetivada, a entrada de Boulos oficializará a 13ª mudança no primeiro escalão desde o início da gestão petista. Para os próximos dias também é esperada a saída de Celso Sabino (União-PA) do Turismo, após o ultimato do seu partido.

No início do ano, Lula havia sondado o deputado federal sobre a possibilidade de ingressar oficialmente no governo. Segundo os relatos feitos pelo parlamentar a época, o presidente teria afirmado que o eventual convite implicaria o compromisso de permanecer no cargo até o fim do governo — o que o impediria de disputar a reeleição à Câmara ou uma vaga no Senado em 2026, já que ministros candidatos precisam deixar os cargos até seis meses antes do pleito. A interlocutores, Boulos sinalizou que aceitaria as condições impostas pelo petista.

Integrantes do governo e aliados no Congresso avaliam que a entrada do deputado psolista ocorre em um momento em que o campo progressista precisa se reorganizar, nas redes e nas ruas, de olho nas eleições do ano que vem. Os protestos que levaram milhares de pessoas às ruas contra a PEC da Blindagem e a anistia aos golpistas teriam feito Lula decidir trocar o comando da secretaria-geral no retorno ao Brasil.

A troca no comando da SGPR, responsável pela interlocução com os movimentos sociais, foi inicialmente divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo

A demissão do atual responsável pela pasta há muito é ventilada nos bastidores. Macêdo tem sido alvo recorrente de críticas entre aliados do presidente por um suposto um distanciamento entre a gestão petista e movimentos sociais. A irritação com o ministro cresceu depois que ele recebeu, no Palácio do Planalto, um homem que foi indiciado pela Polícia Federal por encomendar áudios falsos de Lula nas eleições de 2022.

Em Sergipe, seu reduto eleitoral, Macêdo também é visto com desconfiança pelos acenos feitos ao governador Fábio Mitidieri (PSD), a quem o diretório estadual faz oposição. De acordo com aliados, o ministro nutre o desejo de ser candidato ao Senado em 2026, mas isso o colocaria em rota de colisão com Rogério Carvalho, atual líder do PT na Casa, que deve disputar a reeleição.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo