Política

Lula: ‘Desacreditar das urnas é a maior demonstração de grosseria e ignorância política’

Ex-presidente prevê disputa tumultuada por Bolsonaro, que, segundo ele, quer seguir os passos de Donald Trump

Foto: Reprodução
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O ex-presidente Lula (PT) criticou nesta terça-feira 24 a tentativa de Jair Bolsonaro (PL) de descredibilizar as urnas eletrônicas.

“Desacreditar das urnas eletrônicas é a demonstração de maior grosseira e a mais ignorante que já em um ser político”, disse Lula em entrevista à rádio Mais Brasil News, de Brasília. “Se a urna eletrônica pudesse ser violentada como ele [Bolsonaro] fala, Lula não poderia ter sido eleito duas vezes, nem Dilma. Se a urna pudesse ser roubada, quem ganhava todas as eleições era a turma do Bolsonaro”, completou.

Para o ex-presidente, Bolsonaro ataca o sistema eleitoral e ministros do STF para criar um tumulto entre seus eleitores, semelhante ao gerado por apoiadores de Donald Trump no Capitólio após a derrota para Joe Biden.

“O que Bolsonaro quer é seguir os passos do Trump. Ele é um baderneiro. É um militar que foi expulso do Exército e agora está na Presidência da República”, destacou Lula.

O petista disse ainda prever uma campanha ‘tumultuada’ pelas ações de Bolsonaro antes das eleições. Lula negou, porém, que pretenda rebater os ataques na ‘mesma moeda’.

“Estamos lidando com um governante incivilizado. Bolsonaro não conhece o bom senso […], ele só conhece o ódio […]. Então nós poderemos ter uma campanha mais tumultuada do que já tivemos em outras”, avaliou Lula. “Da minha parte vou fazer campanha como fiz contra Collor, Serra e Alckmin: uma campanha civilizada.”

Ainda durante a entrevista, Lula reafirmou as posições contra o teto de gastos e por uma atualização nas leis trabalhistas. Disse ainda que pretende promover mudanças nas leis tributárias, mas para isso, precisaria ter a maioria de parlamentares de centro-esquerda no Congresso.

O petista também reforçou críticas à atual política de preços da Petrobras e avaliou a mudança da presidência da estatal realizada na noite desta segunda-feira 24 por Bolsonaro, que demitiu, depois de pouco mais de um mês, José Mauro Coelho, substituído por Caio Mário Paes de Andrade, auxiliar de Paulo Guedes.

“Não adianta Bolsonaro trocar de presidente, ele tem que trocar de postura. Ele precisa ter coragem de assumir a presidência desse País de verdade […] O que ele precisa é ter coragem [para mudar a política de preços], mas [não faz porque] tem é rabo preso aos preços internacionais”, destacou.

Na conversa, Lula voltou ainda a defender a aliança com Geraldo Alckmin (PSB). “Imagine juntar a experiência de um presidente da República bem sucedido e de uma pessoa que governou durante quase 20 anos o estado mais rico da federação. Isso é uma coisa que pode produzir benefícios extraordinários para o Brasil”, comemorou.

 

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