Política

Lula defende aliança ampla e não cita a palavra golpe para se referir ao impeachment de Dilma

Ex-presidente lembra que, se não dialogar com parlamentares que votaram pelo afastamento da petista, ‘vou deixar de conversar com pelo menos 400 deputados’

Foto: Reprodução
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O ex-presidente Lula refutou nesta quinta-feira 10 uma possível incoerência em seu discurso ao se propor a conversar com ex-aliados que votaram pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. O petista não citou a palavra golpe para se referir ao afastamento da partidária em 2016.

“Tem gente que diz :‘Pô, Lula, mas você conversou com o cara que votou no impeachment’. Se eu não for conversar com alguém que votou no impeachment, eu vou deixar de conversar com pelo menos 400 deputados”, disse. “Como a gente faz? Como a gente constrói?”

No discurso durante o evento ‘Mulheres com Lula para Reconstruir o Brasil’, o ex-presidente ponderou que a liderança apontada nas pesquisas não significa que a eleição já esteja definida. O petista ressaltou a necessidade de se formar uma aliança ampla para a disputa de outubro.

“Não existe essa de já ganhou, pois a gente só sabe o resultado após a apuração. Teremos que ter habilidade de construir as nossas alianças”, afirmou Lula. “Eu quero um leque de pessoas que me ajudem a mudar. Quando a gente ganhar, vamos ter que ter maioria no Congresso Nacional”.

Em mais de meia hora de declarações, o ex-presidente reforçou que o Brasil precisa ser reconstruído e que a missão de fazê-lo vai além dele e do PT.

“A tarefa de reconstruir um país não é de um partido ou de um presidente”, discursou. “O Brasil está destruído, as instituições estão feridas. Nunca tivemos na história deste País um presidente tão fragilizado e incompetente diante do Congresso Nacional”.

Como havia feito em entrevista na manhã desta quinta, o petista voltou a dizer que, se eleito, não permitirá mineração em áreas protegidas. “Se a gente voltar a governar, não vai ter garimpo em terra indígena”.

Ao citar a intenção de fazer uma gestão com um Estado forte, o petista afirmou que vai “rediscutir o papel da Petrobras”.

Lula ainda criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro. Para o petista, “além da crise social, temos uma crise imoral”.

“É imoral o jeito que esse governo trata a sociedade brasileira. Não se trata apenas do presidente”, disse. “Me parece que ele foi preparado a vida inteira para falar bobagem, mentir, agredir e provocar”.

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