Política

Lula dá bronca em ministros por falta em reuniões e cobra ‘responsabilidade’ de Márcio Macêdo

Segundo o petista, os chefes da Esplanada têm participado apenas de encontros iniciais, enviando representantes para as reuniões subsequentes.

Lula dá bronca em ministros por falta em reuniões e cobra ‘responsabilidade’ de Márcio Macêdo
Lula dá bronca em ministros por falta em reuniões e cobra ‘responsabilidade’ de Márcio Macêdo
Brasília (DF) 19/04/2023 O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participam da cerimônia de posse do Conselho de Participação Social e do lançamento do processo de elaboração do Plano Plurianual Participativo (PPA Participativo) Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

O presidente Lula (PT) aproveitou uma cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, para cobrar dos ministros e auxiliares maior participação nas reuniões interministeriais. Um dos alvos nominais da reclamação foi Márcio Macêdo, chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

Segundo o petista, os chefes da Esplanada têm participado apenas dos primeiros encontros e, posteriormente, enviado representantes em seus lugares. O evento em Brasília marcou o anúncio de ações voltadas para os catadores, entre eles um investimento de 425 milhões de reais em programas sociais.

As declarações de Lula ocorreram durante reunião do Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica (CIISC), órgão coordenado pelo ministério de Macêdo. Ao endereçar as cobranças aos auxiliares sobre a participação nas reuniões interministeriais, o presidente chegou a criticar até mesmo a sigla do colegiado.

“É preciso que você, Márcio Macêdo, assuma a responsabilidade. A gente cria muita reunião interministerial, mas nem todos os ministros participam das reuniões. Ou seja, se a gente não cumpre de verdade…”, disse. “Os próprios ministros que fazem parte têm que participar. Você, Márcio Macêdo, tem responsabilidade de ligar para cada ministro”.

Mais adiante, o presidente afirmou ter muita preocupação com a criação de um colegiado e cobrou que o chefe da Secretaria-Geral ligue para os seus colegas de Esplanada e garanta a participação deles nos encontros.

“Muitas vezes a gente acha que todo mundo está ligado no ‘zap’, e aí passa uma mensagem ‘reunião amanhã nove horas’, [mas] nem sempre todo mundo vê”, acrescentou Lula. “Por que que eu quero seriedade nisso? Porque eu quero que vocês tenham sucesso na implementação e na utilização dos recursos que foram disponibilizados hoje.

Depois do evento, a jornalistas, Macêdo e a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) contemporizaram as declarações do presidente. Segundo eles, a cobrança é endereçada a todos os integrantes do governo.

“O presidente tem dito a todos os ministros para que todos os investimentos que ele tem anunciado sejam monitorados para que ele possa acontecer na prática, então o que ele disse hoje é uma determinação que tem feito a todos nós”, afirmou Macêdo. O chefe da Secretaria-Geral também explicou que, atualmente, o comitê não prevê participação dos titulares das pastas.

Esta, contudo, não é a primeira vez que Lula faz críticas públicas a Macêdo. Nos bastidores, integrantes do governo o criticam pelo que consideram um distanciamento entre a gestão petista e movimentos sociais, segmento que é parte importante da base eleitoral do PT.

O último puxão de orelha recebido pelo ministro foi durante ato do 1º de Maio, em São Paulo. Principal atração do evento, Lula se irritou com a falta de público e criticou o auxiliar por não ter havido o esforço necessário “para levar a quantidade de gente que era preciso levar”.

Um mês antes, Macêdo já tinha sido alvo de queixas por ter organizado um encontro sem a participação de todas as centrais sindicais e marcado pela ausência de representantes de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo