Justiça
Lula critica lógica de matança na segurança pública e cita conversa com Trump sobre combate ao crime
O presidente também pediu a deputados e senadores que acelerem a aprovação da PEC da Segurança, atualmente em discussão na Câmara
O presidente Lula (PT) reforçou nesta terça-feira 9 o apelo para que o Congresso aprove a PEC da Segurança Pública e afirmou que o País precisa superar a “lógica de que tudo se resolve matando”. A declaração foi dada durante evento no Palácio do Planalto, onde Lula defendeu que a proposta é essencial para definir claramente o papel da União na área de segurança, sem ferir a autonomia dos estados.
“Tem gente que acha que tudo é resolvido ‘matar’. Eu não acho. Acho que é investir em inteligência, nas pessoas certas, nos lugares certos. A gente não precisa de genocídio para enfrentar o banditismo”, afirmou.
Lula também revelou que tratou de cooperação internacional com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em conversa há uma semana. Segundo o presidente, eles discutiram ações conjuntas contra o crime organizado. “Da mesma forma que eu liguei para o presidente Trump, que se ele quiser enfrentar o crime organizado, nós estamos à disposição. E mandei para ele no mesmo dia a proposta do que nós queremos fazer”, disse.
PEC da Segurança
Lula pediu a deputados e senadores que acelerem a aprovação da PEC da Segurança, atualmente em discussão na Câmara. Para o presidente, a medida é necessária para esclarecer como o governo federal deve atuar no setor: “É importante aprovar para a gente definir qual é o papel da União na participação da questão da segurança pública. A gente precisa definir onde a gente entra e como a gente entra, sem interferir na autonomia dos governadores”.
O relator da proposta, Mendonça Filho (União-PE), apresenta nesta terça-feira o texto final aos líderes partidários. A PEC deve ampliar atribuições das forças policiais, restringir benefícios penais para crimes graves e redefinir competências federais e estaduais – pontos que ainda geram tensão entre governadores e o Congresso.
O governo espera votar o texto na comissão especial ainda nesta semana.
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