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Lula chega à Alemanha após participar da COP28; veja o que está em jogo na viagem
Esta é a primeira visita do petista a um país do G20 após o Brasil assumir a presidência do grupo, na última sexta 1º
O presidente Lula (PT) chegou neste domingo 3 a Berlim, na Alemanha, onde permanecerá até a terça-feira 5. Após ser recebido por autoridades, ele interagiu com apoiadores.
Ainda neste domingo, o chanceler Olaf Scholz oferece um jantar a Lula e à primeira-dama Janja da Silva.
Na segunda-feira, o presidente brasileiro comandará, ao lado do chanceler Olaf Scholz, a 2ª Reunião de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível, com a participação de ministros dos dois países.
Um dos objetivos da viagem é ampliar a aliança na área de tranformação ecológica. Autoridades de ambos os países devem assinar uma série de acordos nas áreas de meio ambiente e mudança do clima, agricultura, bioeconomia, saúde, ciência, tecnologia e inovação, desenvolvimento global, integridade da informação e combate à desinformação.
“Chegada em Berlim para reunião entre o governo alemão e brasileiro, para reforçar nossa parceria e cooperação em muita áreas – energia, indústria, combate às fake news e transição ecológica. Retomando o diálogo com os alemães que tinha sido abandonado em governos anteriores, uma das maiores e mais avançadas economias do mundo”, publicou Lula nas redes sociais.
Esta é a primeira visita de Lula a um país do G20 após o Brasil assumir a presidência do grupo, na última sexta 1º.
Também na segunda 4, ele se reunirá com o presidente Frank-Walter Steinmeier e com a presidenta do Conselho Federal, Manuela Schwesig. No final da tarde, Lula participará de um fórum empresarial ao lado de Scholz.
Segundo dados do Palácio do Planalto, o comércio bilateral entre Brasil e Alemanha alcançou 19 bilhões de dólares em 2022. Entre janeiro e outubro de 2023, somou 15,9 bilhões de dólares. Além disso, mais de mil empresas alemãs atuam no Brasil.
Na viagem à Alemanha, Lula também deve tratar com Scholz das negociações em torno do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que recebeu críticas públicas do presidente da França, Emmanuel Macron, neste fim de semana.
Neste domingo, antes de embarcar para Berlim, o petista comentou sobre o tema com jornalistas em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A Alemanha é um dos países que defendem o acordo.
“Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar clara é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul”, disse o presidente.
“Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais. Nós não somos mais colonizados, nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o respeito de países independentes que tem coisas para vender, e as coisas que temos têm preço. O que queremos é um certo equilíbrio.”
No sábado, Macron classificou o acordo como “incoerente” e “mal remendado”. Segundo ele, os termos “não levam em conta a biodiversidade e o clima dentro dele”.
Já segundo Lula, a França é protecionista sobre seus interesses agrícolas. Além disso, o petista defende alterações em pontos do acordo de livre comércio sobre licitações de compras governamentais, porque, em sua avaliação, trata-se de uma política indutora do desenvolvimento da indústria nacional.
Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve 31 nações e trata de temas tarifários e regulatórios, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.
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