Política

Lula chama Bolsonaro de ‘genocida’, critica o golpe contra Dilma e diz que voltou ‘sem ódio’

Na festa de 43 anos do PT, o presidente chorou em três momentos ao longo de deu pronunciamento

Foto: Reprodução/TV PT
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O presidente Lula declarou, nesta segunda-feira 13, que seus correligionários no PT têm de “brigar pelo partido, pelo povo e para que nunca mais um genocida ganhe uma eleição com base na indústria da mentira”. A afirmação ocorreu durante uma cerimônia festiva pelos 43 anos do PT, realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

O petista fez outras menções ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e voltou a se referir ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, como um golpe de Estado.

“Qual razão melhor para a gente viver do que garantir que os yanomamis não morram mais de fome? Qual razão a não ser não ter mais pessoas dormindo embaixo dos viadutos? A razão pela qual a gente existe é mudar isso. Muitas vezes não conseguimos fazer tudo o que queríamos fazer, mas é sempre importante não perder de vista que a gente tem de tentar”, discursou. “Tudo o que fizemos em 13 anos de governo do PT foi destruído em seis anos depois do golpe e do mandato de um genocida que haverá de ser julgado pela quantidade de inocentes que morreram neste País.”

Lula chorou em três momentos: ao discorrer sobre a fome, as dificuldades de criar o PT e a vigília em sua homenagem durante a prisão na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).

Ele pediu aos petistas “paciência com a discordância, paciência quando a gente não é entendido e paciência quando as pessoas estão cobrando da gente”. Do contrário, prosseguiu, “a gente não constrói esse partido que está com 43 anos de idade”.

“Voltamos sem ódio, mas para dizer que é preciso melhorar educação, ciência e tecnologia, dar tratamento decente às pessoas. Eu quero dizer que se depender de mim, vou cuidar de vocês como cuidei dos meus filhos, da minha mulher, da minha mãe”, emendou.

Mais cedo, o PT decidiu renovar os mandatos da direção nacional e das direções estaduais por dois anos. A medida foi formalizada durante reunião do Diretório Nacional. Com isso, Gleisi Hoffmann seguirá na presidência nacional do partido até 2025.

Dilma mira os neoliberais

Na festa do partido, Dilma Rousseff criticou o neoliberalismo e afirmou que os petistas têm o desafio de dar sustentação ao governo Lula em um Congresso Nacional “conservador”.

“O neoliberalismo tira, quando não há partidos que o enfrentem efetivamente, uma das coisas mais caras para um agrupamento político, que é a esperança. A esperança de transformar, mudar e criar uma sociedade diferente, na qual homens, mulheres e crianças vivam de forma solidária, fraterna e humanamente compatível com a natureza”, discursou Dilma no evento.

Segundo ela, os parlamentares do PT “têm uma correlação adversa de forças no Parlamento”, uma vez que a Câmara e o Senado teriam uma composição “conservadora”.

“Nosso governo precisa de sustentação no Parlamento e na sociedade. Agora é hora de nos organizarmos e, sobretudo, de nos conscientizarmos sobre as lutas que temos de enfrentar”, prosseguiu.

Dilma acrescentou que o PT carrega uma missão semelhante à que já teve de executar quando chegou ao poder em outras ocasiões, mas em uma versão “muito mais desafiadora”.

“Muito foi destruído por um governo de índole fascista que se encerrou de forma terrível com o golpe do dia 8 de janeiro. Sem anistia, porque dessa transição temos de assegurar o aprofundamento da democracia.”

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