O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediu que a Polícia Federal reforçe a segurança do deputado federal Amon Mandel (Cidadania-AM) após supostas ameaças. O ofício, ao qual CartaCapital teve acesso, foi encaminhado nesta terça-feira 16 à Superintendência da PF no Amazonas.
No documento, Lira justificou a medida com base em relatos de “constrangimentos ilegais e crimes de ameaça” contra Amon. A demanda foi endereçada ao delegado Celso Antônio Vieira Paiva Júnior, chefe do setor de inteligência da PF no estado.
“À vista da gravidade dos ilícitos e da necessidade de assegurar o livre exercício do mandato parlamentar, solicito a Vossa Senhoria a adoção de todas as medidas necessárias a garantir a segurança do congressista”, escreveu.
As ameças mencionadas por Lira seriam uma represália por denúncias feitas pelo parlamentar sobre o suposto envolvimento de figurões da Segurança Pública amazonense com organizações criminosas.
Parte dos relatos foi apresentada à PF em 5 de janeiro, em depoimento inicialmente revelado pela GloboNews e confirmado pela reportagem.
Aos investigadores, Amon disse ter recebido um relatório de inteligência do Amazonas que indicaria um “conluio” entre integrantes da Polícia Militar e das secretarias de Segurança Pública e Administração Penitenciária com facções criminosas.
O material, segundo o parlamentar afirmou em depoimento, teria sido produzido pela Secretaria Adjunta de Inteligência do Governo do Amazonas e enviado à PF para investigação. Após acionar a corporação, ele teria sido vítima do que chama de “abordagem truculenta” da PM amazonense.
Em um dos episódios, registrado em boletim de ocorrência ao qual a reportagem teve acesso, Amon afirmou ter sido coagido por agentes da Rocam e tido “armas de fogo apontadas para ele, sua namorada e uma amiga do casal”.
Na solicitação de escolta policial enviada a Lira, o deputado destacou que as denúncias feitas por ele “apontam uma ampla atuação criminosa de ocupantes de cargos estratégicos, detentores de acesso privilegiado a informações, que estariam sendo usadas, de maneira deliberada, para privilegiar facções criminosas”.
Em 10 de janeiro, Amon também encaminhou um pedido de providências ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB). No documento, defendeu a atuação da pasta para garantir a “integridade e eficácia das instituições de segurança pública no estado”.
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