Economia

Lira diz que ligará para Bolsonaro e pedirá que o PL não feche questão contra a reforma tributária

O presidente da Câmara disse que a manifestação do ex-presidente ‘pesa’, mas que ‘não é recomendável’ ser contra o texto sem apresentar melhoras

O presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai telefonar para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que voltou a se manifestar nesta quinta-feira 6 contra a reforma tributária, a ser votada pelos deputados nas próximas horas.

Em entrevista à BandNews, Lira reconheceu que a postura de Bolsonaro sobre o tema pesa. O deputado espera, porém, que o PL evite fechar questão contra a reforma.

“O posicionamento pessoal, político e partidário de qualquer cidadão público, quanto mais um ex-presidente, pesa”, afirmou Lira. Ao dizer que faria uma ligação para Bolsonaro, o deputado acrescentou que o PL tem o direito de se colocar contra a reforma tributária, mas que “não é recomendável, para nenhum partido, se posicionar contra a reforma sem especificar qual é o tema, qual é o texto, qual é a possibilidade de melhora da legislação”.

De acordo com o presidente da Câmara, a primeira votação da reforma deve começar às 18h desta quinta. “Não há açodamento. Deixamos a Câmara aberta para tratar do tema essa semana para chegarmos ao final”, disse o deputado. “Deixar de tentar construir acordos e não aprovar o texto é o pior dos mundos.”

Na entrevista, Lira tratou de temas de interesse do governo federal, como a votação sobre o voto de desempate no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e o arcabouço fiscal.

O projeto do governo estabelece que em caso de empate em votações no Carf, a decisão seja favorável à União. A medida visa ampliar a arrecadação, uma vez que o governo, desde o início, vem buscando alternativas para enfrentar desafios orçamentários. 

Lira disse esperar que o assunto possa seguir para o plenário da Câmara após a votação da reforma tributária. Afirmou, ainda, que a discussão trata de muitos interesses, principalmente sobre arrecadação. 

Em relação ao arcabouço fiscal, a Câmara deverá apreciar as alterações feitas no texto pelo Senado. Lira disse que a votação será simples e que as lideranças ainda não se reuniram para tratar da versão aprovada pelos senadores, mas destacou que “o texto votado na Câmara foi 100% negociado com o governo”. Segundo ele, as pautas econômicas importantes devem ser resolvidas pela Câmara até o início do recesso, na semana que vem.

Arthur Lira foi questionado, também, sobre a investigação envolvendo ex-assessores no caso das compras de kits de robótica para escolas de Alagoas. Na noite de quarta-feira, o juiz federal Roney Raimundo Leão Otilio, da 2ª Vara Federal da Justiça Federal de Alagoas, determinou o envio da investigação para o Supremo Tribunal Federal. No despacho, o magistrado afirmou que a Polícia Federal apontou suspeita de envolvimento de Lira no caso. Em razão disso, os autos foram encaminhados para o STF.

“Eu sempre defendi um Estado de Direito democrático, sem ser de esquerda nem de direita. O presidente Lula foi a maior vítima desse tipo de procedimento”, afirmou Lira, que disse que “os que cometeram esses abusos serão punidos”. Para ele, “investigação, quando é feita ultrapassando os limites da lei, é ilegal” e “perseguição política é pior ainda”. Lira chamou a investigação de “truculenta”. 

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