O líder do PSL na Câmara, o deputado Delegado Waldir afirmou nesta sexta-feira 18 que o presidente Bolsonaro tentou comprar deputados da legenda com oferta de cargos e do controle do partido. A declaração foi feita durante uma convenção extraordinária do partido em Brasília, chamada para debater a crise que envolve a legenda.
A intenção de Bolsonaro, segundo o deputado, era barganhar assinaturas à lista que levaria Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo. A disputa pela liderança chegou ao fim ontem com a manutenção de Waldir – ele recebeu 31 votos, contra 27 do filho do presidente.
Na quinta-feira 17, em um áudio gravado clandestinamente pelo deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), Waldir fala durante uma reunião com parlamentares do PSL em “implodir” Jair Bolsonaro. Depois, o chamou de vagabundo. Em entrevista concedida ao Estado de S. Paulo nesta sexta-feira, o parlamentar disse que o implodir se referia ao áudio também divulgado esta semana, em que Bolsonaro pede votos, negocia com parlamentares e compra a vaga do filho oferecendo cargos e fundo partidário.
Segundo o deputado afirmou na entrevista, o governo continua articulado para retirá-lo da liderança do partido. “O governo parou. O governo não existe hoje. A única finalidade do governo hoje é me derrubar da liderança do PSL. A traição vem de onde você menos espera”, declarou.
Questionado se é possível retomar a relação com o presidente após chamá-lo de vagabundo, Waldir reafirmou o xingamento. “Eu não menti. Ele me traiu. Ele nunca me recebeu e agora me traiu ao pedir ao Bivar, por proposta do Major Vitor Hugo e do governador de Goiás Ronaldo Caiado, o diretório do Estado. Então, é vagabundo”.
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