Política

Líder do PP na Câmara apresenta emenda para resgatar quarentena para juízes

A proposta coloca em xeque o desejo de adeptos e apoiadores de Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato, que defendem seu nome em 2022

Líder do PP na Câmara apresenta emenda para resgatar quarentena para juízes
Líder do PP na Câmara apresenta emenda para resgatar quarentena para juízes
Deputada Margarete Coelho (PP-PI),, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o deputado Cacá Leão (PP-BA). Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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Deputados do Centrão tentam incluir novamente a quarentena de cinco anos para juízes e membros do Ministério Público no texto do novo Código Eleitoral. Uma emenda sugerindo a volta da regra foi apresentada nesta terça-feira 14 pelo deputado Cacá Leão (PP-BA), líder do partido do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). A votação dos destaques ao texto foi adiada para esta quarta-feira 15.

A proposta de quarentena eleitoral foi derrubada por apenas três votos na semana passada. Inicialmente, a exigência seria imposta não apenas magistrados, mas também a policiais, guardas municipais e militares que quisessem abandonar as carreiras para disputar eleições. A estratégia para tentar resgatar a regra é deixar de fora os agentes das Forças de Segurança, o que aumenta as chances de apoio junto à bancada da bala. A ampliação da quarentena é uma demanda de partidos para evitar o uso político do Estado.

A investida passa por uma emenda aglutinativa que vai unir destaques do PSDB e do Solidariedade. De acordo com o texto, ‘ficam inelegíveis, nas eleições federais, estaduais e municipais, os magistrados ou membros do Ministério Público que não tenham se afastado definitivamente de seus cargos e funções até 5 (cinco) anos anteriores ao pleito’.

O Estadão apurou que a deputada Renata Abreu (Podemos-SP) já preparou uma questão de ordem para barrar a investida. O argumento é o de que a estratégia viola o regimento interno da Casa Legislativa por envolver uma proposta já votada e por reunir destaques que, segundo ela, não estão diretamente relacionados.

A proposta coloca em xeque o desejo de adeptos e apoiadores de Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato, que defendem seu nome na corrida ao Planalto em 2022. O próprio Moro nunca disse que pretende se candidatar à sucessão de Jair Bolsonaro (sem partido). Ele deixou a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba em 2018, quando aceitou o convite do presidente para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, e pediu demissão da pasta no ano passado acusando tentativa de interferência política do chefe do Executivo na Polícia Federal.

 

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