O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), acionou o Ministério Público contra o ex-deputado Jean Wyllys por declarações consideradas homofóbicas. A peça foi protocolada na quarta-feira 19 e anunciada nesta quinta 20.
O tucano foi ao MP após uma discussão nas redes sociais motivada pela decisão do governo gaúcho de manter as escolas cívico-militares. Wyllys republicou o anúncio de Leite com a resposta: “Que governadores heteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, bee!”.
Também pelas redes sociais, o governador classificou a manifestação como “deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções”. Ele ainda disse lamentar a “ignorância” de Wyllys.
“Não interessa se é da direita ou da esquerda. Não interessa a cor da bandeira que carrega. O que importa é que homofobia, preconceito e discriminação não podem ser tolerados”, disse Leite nesta quinta ao anunciar a representação ao MP.
Segundo a peça, o ex-parlamentar, “desbordando dos limites da liberdade de expressão constitucionalmente assegurada, ofendeu a dignidade e o decoro do Governador do Estado do Rio Grande do Sul“.
“O ataque homofóbico praticado pelo representado teve o único propósito de atrelar a conduta administrativa da autoridade alvo de críticas, de forma extremamente pejorativa, a uma projetada imagem de homossexualidade”, justifica Leite.
O pedido é para que o MP adote todas as medidas judiciais cabíveis para elucidar os fatos e levar à “responsabilização penal” do ex-deputado.
CartaCapital procurou a defesa de Jean Wyllys e atualizará esta matéria se obtiver uma resposta.
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