Justiça
Leia a íntegra da manifestação da PGR no julgamento de Bolsonaro no STF
O órgão foi representado por Paulo Gonet
A Procuradoria-Geral da República, representada pelo seu chefe Paulo Gonet, reforçou as acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados no julgamento do golpe, iniciado nesta terça-feira 2 pelo Supremo Tribunal Federal.
A sustentação oral em favor da denúncia levada à Corte em fevereiro deste ano ocorreu logo após o ministro Alexandre de Moraes ler o relatório do caso. Em uma longa exposição, Gonet se debruçou sobre as 45 páginas e relembrou o papel de cada um dos acusados na trama golpista. Ele mencionou, na sustentação, passagens que comprovam que Bolsonaro estaria envolvido na empreitada.
Para o PGR, os oito réus, inclusive o ex-presidente, “colaboraram, na parte em que lhes coube, em cada etapa do processo de golpe”.
A íntegra da manifestação do procurador pode ser lida abaixo:
PGR – ManifestaçãoO STF julga nesta terça Bolsonaro e os demais membros do chamado núcleo crucial da trama golpista. São eles:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Contra eles pesam cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. Alexandre Ramagem (PL-RJ) será julgado parcialmente, por estar atualmente no cargo de deputado federal, ficando suspensas algumas acusações até o fim do mandato.
Não há expectativa de que o julgamento seja encerrado nesta terça-feira. Na primeira etapa, terminada no fim da manhã, se pronunciaram apenas o relator e a acusação. As defesas dos oito réus devem iniciar a apresentações de suas versões nesta tarde. Depois, cada ministro apresentará seu voto. Para isso, outras quatro datas foram separadas pelo STF para se debruçar sobre o caso. A última sessão está prevista para o dia 12 de setembro.
CartaCapital transmite todas as sessões ao vivo. Assista:
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
As digitais de Bolsonaro na trama golpista, segundo Paulo Gonet
Por Vinícius Nunes
Quem são os deputados que foram ao STF acompanhar de perto o 1º dia de julgamento de Bolsonaro
Por CartaCapital
As primeiras palavras de Alexandre de Moraes ao abrir o julgamento de Bolsonaro
Por Vinícius Nunes
Do inquérito ao julgamento na 1ª Turma do STF: Como Bolsonaro e aliados chegaram ao banco dos réus
Por Vinícius Nunes