Política

‘Lavagem cerebral transformou pessoas em zumbis’, diz Moraes

Em evento realizado em Lisboa, ministro disse por videoconferência que é a favor de regulamentar as redes sociais

O ministro Alexandre de Moraes, do STF e do TSE. Foto: Fellipe Sampaio/STF
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que o uso das redes sociais pela extrema direita provocou uma “lavagem cerebral” em seus apoiadores por conta da disseminação de informações falsas.

A declaração ocorreu nesta sexta-feira 3, em evento do Grupo Líderes Empresariais, o Lide, fundado pelo ex-governador de São Paulo João Doria. Por meio de videoconferência, o magistrado falou a empresários e autoridades brasileiras que estavam reunidos em Lisboa.

Essa lavagem cerebral transformou pessoas em zumbis. Pessoas repetindo ideias absurdas, cantando o hino nacional para pneus, esperando que ETs viessem para o suposto problema da urna eletrônica”, criticou. “O que poderia ser uma comédia é uma tragédia, que resultou na tentativa frustrada de golpe no dia 8 de janeiro”.

Na mesma ocasião, o magistrado ironizou a tentativa de golpe relatada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) e chamou a conspiração de “Operação Tabajara”.

Moraes afirmou que não há mecanismos normativos para tratar de situações emergenciais “onde a democracia é corroída por dentro”, mas somente contra agressões externas.

O magistrado ainda mencionou a necessidade de criação de instrumentos para agilizar a responsabilização de autoridades envolvidas em ataques internos e para regulamentar as redes sociais.

Segundo o ministro, o Supremo levará ao Congresso Nacional, a partir de uma comissão do Tribunal Superior Eleitoral, medidas já adotadas no plenário em relação ao tema.

“As redes sociais não podem ser nem mais nem menos controladas do que as demais empresas de mídia”, afirmou.

Uma proposta de regulamentação das redes sociais também faz parte de um pacote a ser apresentado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso, por meio do Ministério da Justiça.

A ideia é evitar que as plataformas sejam utilizadas para incitar a violência contra os Três Poderes, sem afetar o direito à liberdade de expressão. O anúncio ocorreu após os ataques do dia 8.

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