Integrantes da Operação Lava Jato encaminharam à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, documentos pedindo que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), seja afastado do caso envolvendo Paulo Preto. Segundo o material remetido à PGR, o ex-senador Aloysio Nunes, que está no foco da 60ª fase da Lava Jato, atuou diretamente com Mendes para negociar um habeas corpus em favor daquele que é apontado como o operador do PSDB.
Nunes fez mais. Em troca de mensagem com o ex-Ministro da Justiça Raul Jungmann, momentos após o deferimento do HC em favor de Paulo Preto, o ex-senador tucano escreveu: “Nosso causídico é foda”.
Diz o documento da força-tarefa da Lava Jato, divulgado na tarde desta quarta-feira pelo Estadão: “Em fevereiro de 2019, Aloysio Nunes atuou, em interesse próprio e do também investigado Paulo Vieira de Souza, junto ao ministro Gilmar Mendes, valendo-se de relação pessoal com este, para produção de efeitos protelatórios em processo criminal em trâmite na 5ª Vara da Justiça Federal de São Paulo”.
No habeas corpus concedido por Mendes, e comemorado por Nunes, uma liminar autorizava novas análises de documentos e a possibilidade de inclusão de testemunhas na ação, que já estava nas alegações finais. A Procuradoria recorreu e o ministro volta atrás em sua decisão. Havia o temor por parte de integrantes da Lava Jato de que a nova rodada autorizada por Mendes poderia alongar o processo de Paulo Preto, levando-o à prescrição.
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