Lava Jato: Câmara aprova ida de Greenwald para esclarecer vazamentos

Além de esclarecer vazamentos, a Comissão analisará as ameaças sofridas pelo jornalista e por seu marido

Glenn Edward Greenwald, advogado e jornalista norte-americano. Um dos fundadores do The Intercept

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A Câmara dos Deputado aprovou, nesta terça-feira 18, o requerimento para que o jornalista Glenn Greenwald compareça na Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da casa para esclarecer as denúncias envolvendo juízes e procuradores brasileiros no âmbito da Operação Lava Jato.

A data ainda não foi definida, mas deverá ser escolhida pelo presidente da Comissão nos próximos dias. O pedido, feito pelo deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), foi motivado também pelas ameaças relatadas pelo deputado David Miranda (PSOL-RJ), marido de Glenn. “A Comissão tem a missão institucional de apurar a origem das intimidações e que não há qualquer obstrução da legislação diante dos fatos apresentados pelo jornalista. Não há configuração de crime porque as revelações vêm sendo feitas no exercício da liberdade de imprensa”, defendeu.

 

Em entrevista à Agência Pública, Greenwald se pronunciou sobre as ameaças sobre ele e seu parceiro. “Eu e meu marido estivemos juntos no caso do Snowden e nós lutamos contra os governos mais poderosos do mundo e a CIA, NSA, Reino Unido… Estávamos sendo ameaçados o tempo todo. Então, nós já conhecemos essas questões muito bem”, disse.

No último dia 12, deputados do PSL chegaram a apresentar requerimento para convocar o editor do portal, mas o pedido foi retirado de pauta, em uma articulação política de última hora, após os autores do convite receberem o apoio de deputados da oposição.


Perdeu a Operação Tabajara da bancada da bala pra tentar intimidar o jornalista do The Intercept Brasil? Então veja os "melhores" momentos!

Posted by Marcelo Freixo on Friday, June 14, 2019

Segundo o conteúdo do The Intercept Brasil, Moro deu orientações ao procurador Deltan Dallagnol na acusação do processo do tríplex do Guarujá, que resultou na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-juiz chegou a zombar dos advogados do réu, chamando suas manifestações de “showzinho da defesa”. O ato é questionado por juristas, devido à falta de imparcialidade do então juiz ao conduzir o caso. Com as denúncias, abriu-se brechas para a anulação da operação.

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