Justiça
Justiça mantém bloqueio de contas de filhas de Collor
O caso envolve uma dívida trabalhista de empresa do ex-presidente
O Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT-AL) rejeitou recurso da família do ex-presidente Fernando Collor de Mello e manteve o bloqueio de 1,3 milhão de reais das contas das filhas dele, Cecile e Celine Collor, de 19 anos. O caso é relativo a uma dívida trabalhista de uma das empresas de Collor.
Um antigo funcionário da TV Gazeta, de propriedade do ex-presidente, acionou o judiciário em processo trabalhista. Como as contas de Collor estavam praticamente zeradas, a solução encontrada foi buscar o dinheiro para indenização nas contas das filhas. A família recorreu e, em 9 de setembro deste ano, o recurso foi negado.
O juiz Roberto Ricardo Guimarães Gouvêa, que assina a decisão que manteve o bloqueio, destacou que Collor fez transferências “vultosas” de valores para as filhas, conforme comprovado pela declaração de Imposto de Renda do ex-presidente. Para o magistrado, isso configura fraude.
Após a negativa, as filhas voltaram a recorrer, mas ainda não há resposta a esse novo pedido. CartaCapital entrou em contato com o advogado que representa as jovens no processo, mas não recebeu retorno. O espaço segue aberto.
O caso não é inédito na família. Em 2023, as contas de Caroline Collor de Mello, esposa do ex-presidente, também teve as contas bloqueadas pela Justiça devido a dívidas trabalhistas da TV Gazeta.
Condenado a 8 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro após ser acusado de receber 20 milhões de reais em vantagens indevidas, Collor está em prisão domiciliar desde maio deste ano.
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