Justiça
Justiça mantém a prisão de indígena bolsonarista que participou de atos golpistas
A ordem de prisão partiu do ministro do STF Alexandre de Moraes e foi cumprida na segunda-feira 12
O Judiciário decidiu manter preso o indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante por envolvimento em atos golpistas. A confirmação da prisão ocorreu durante audiência de custódia conduzida nesta terça-feira 13 por um magistrado que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A ordem de prisão temporária, com duração inicial de 10 dias, partiu de Moraes e foi cumprida na segunda-feira 12. Segundo o STF, a determinação se baseia na necessidade de garantia da ordem pública, “diante dos indícios, nos autos, da prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, previstos no Código Penal”.
A PF argumentou ao STF que Serere Xavante teria realizado manifestações antidemocráticas em diversos pontos de Brasília: em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional, no Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos.
Ao pedir ao STF a prisão temporária, a PGR argumentou que o indígena se utiliza “de sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes”. O órgão mencionou ameaças de agressão e perseguição ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Moraes e ao ministro do STF Luís Roberto Barroso.
“A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, registrou ainda a PGR.
Moraes concordou com as ponderações da Procuradoria e anotou que as condutas do bolsonarista são graves e revelam os riscos de mantê-lo em liberdade, uma vez que Serere Xavante convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação de Lula e de seu vice Geraldo Alckmin (PSB).
“A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, afirmou.
Após a prisão, manifestantes bolsonaristas danificaram carros estacionados no entorno da sede da Polícia Federal e incendiaram diversos ônibus. Eles também tentaram invadir o prédio da PF e atiraram paus e pedras na direção de agentes. Até a noite desta terça, ninguém foi preso pela ação.
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